terça-feira, 19 de julho de 2011

Quem fará a final da Copa América? Veja os palpites e descubra - ou não

Diz um sábio ditado que não é todo dia que tem pão quente. Nas quartas de final da Copa América, nem pão houve. Os palpites deste blog fracassaram de forma retumbante, depois de terminar em alta a fase de grupos, acertando os seis resultados da última rodada. O Brasil tomou o rumo de casa, a Argentina ficou em casa mesmo, e coube a outras quatro seleções seguirem na disputa pelo título continental.

Logo, a chance de redenção deste palpiteiro passa pelos dois confrontos semifinais. A convicção está em baixa, até porque nesta altura do campeonato nenhum resultado será plenamente surpreendente nem lógico. O que torna o desafio mais complicado. Vamos tentar? Faça o mesmo nos comentários.

Peru x Uruguai (Terça, 21h45, La Plata)
Favoritos! O rótulo que assombrou argentinos e brasileiros desde o início da competição agora está colado na Celeste, que eliminou os donos da casa em um dos melhores jogos de seleções dos últimos tempos. Uma condição que não deixa necessariamente à vontade o time de Óscar Tabárez, mas dá uma dimensão do peso da responsabilidade na busca de um 15º título da Copa América, que faria dos uruguaios recordistas.

Quando o Peru chegou à competição, os objetivos eram modestos: superar a primeira fase - o que a equipe fez em todas as edições desde 1997 - e reconquistar o respeito dos rivais continentais, após a lastimável campanha nas eliminatórias da Copa de 2010. A meta foi plenamente superada, graças ao excelente trabalho do técnico uruguaio Sergio Markarián.

Markarián tem uma carreira nômade e repleta de histórias de sucesso, a começar pela classificação do Paraguai para os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, e para a Copa do Mundo de 2002 - quando foi injustamente demitido antes da competição para dar lugar ao italiano Cesare Maldini -, e passando pelo vice da Libertadores de 1997 com o Sporting Cristal. É um técnico extremamente respeitado no continente, e agora prova mais uma vez os motivos.

A seleção peruana se estabeleceu com uma defesa confiável e dois jogadores acima da média no setor ofensivo: Vargas, meia pela esquerda, e o goleador Paolo Guerrero, superando assim as pesadas ausências de Farfán e Pizarro. Poucos esperavam a vitória sobre a Colômbia, mas ela veio com uma atuação brilhante na prorrogação, depois de uma mãozinha da providência no pênalti perdido por Falcao García. Ausente das quartas de final por lesão, o zagueiro Acasiete pode retornar.

Do lado do Uruguai, o "Maestro" Tabárez deu um exemplo de sua capacidade ao reverter rapidamente o posicionamento da equipe após a expulsão de Diego Pérez ainda no primeiro tempo contra a Argentina. Em nenhum momento, até a expulsão de Mascherano que deixou os times em igualdade numérica, havia a impressão de que os uruguaios tinham um a menos. Parecia até que tinha jogadores a mais, já que tinha no gol um Muslera (habitualmente pouco confiável) valendo por três.

Para a semifinal, Tabárez não contará com Pérez, suspenso, e com o zagueiro Victorino, lesionado. Coates retorna de suspensão, mas pode aparecer uma surpresa ao lado de Lugano na zaga: Godín, recuperado da contusão que o impediu de estrear no torneio. Eguren e Gargano disputam, com chances iguais, a vaga de Pérez no meio-campo. Cavani segue fora, mas há perspectivas de recuperação para uma possível final.

Forlán, melhor jogador da última Copa do Mundo, ainda não quebrou o jejum de gols na Copa América, mas mantém sua importância vital para a equipe na criação das jogadas, faltando ao time um meia clássico.

Na primeira fase, empate por 1 a 1, no jogo que marcou a estreia das duas seleções. Em uma semifinal nervosa, desta vez o Uruguai prevalece.

Palpite: Peru 0x1 Uruguai

Paraguai x Venezuela (Quarta, 21h45, Mendoza)


Na primeira fase, as duas seleções protagonizaram um jogo dramático na última rodada: a Venezuela foi buscar o empate por 3 a 3, depois de estar perdendo por 3 a 1 até os 44 minutos do segundo tempo. Para sorte do Paraguai, o resultado ainda garantia a classificação com o terceiro lugar no grupo B. Para a Vinotinto, significou terminar uma primeira fase invicta pela segunda edição consecutiva da Copa América.

É uma participação inédita na semifinal para os venezuelanos, que são os únicos entre os remanescentes sem o título no currículo. Mas se tivemos, nos últimos tempos, a Grécia campeã europeia e o Iraque campeão asiático, por que não sonhar? A equipe comandada por César Farías esbanja fibra, como demonstrado na vitória por 2 a 1 sobre o Chile, arrancada em meio a um pleno domínio dos adversários no segundo tempo.

Com seis gols em quatro jogos, a Venezuela tem o melhor ataque entre as seleções remanescentes. Curiosamente, metade destes gols saiu dos defensores: o lateral-esquerdo Cichero e os zagueiros Vizcarrondo e Perozo já balançaram as redes, restando apenas o lateral-direito Rosales para completar o quarteto. Tem explicação: o bom aproveitamento nas faltas laterais cobradas pelo experiente Juan Arango. A baixa do volante Tomás Rincón, expulso na vitória contra o Chile, pode pesar.

O Paraguai, que marcou três vezes no jogo aéreo no primeiro confronto com os venezuelanos, passou 120 minutos se defendendo contra o Brasil nas quartas-de-final, antes de vencer nos pênaltis. Agora, precisará de uma postura diferente, mais agressiva. O técnico Gerardo "Tata" Martino diz aguardar a recuperação de Roque Santa Cruz, apesar de não confirmar se ele entrará desde o início caso esteja pronto.

A responsabilidade de buscar o jogo pode fazer com que Martino devolva Ortigoza ao meio-campo titular, que priorizou dois marcadores natos como Victor Cáceres e Cristian Riveros diante da Seleção Brasileira. Um desfalque já é certo: o zagueiro Alcaraz, que recebeu o cartão vermelho na prorrogação.

O Paraguai empata pela quinta vez seguida. Mas a fábula venezuelana terá mais um capítulo.

Palpite: Paraguai 1x1 Venezuela (nos pênaltis, Venezuela 4x3)