RIO - Não falta mais, no currículo do técnico pentacampeão brasileiro Vanderlei Luxemburgo, um título no seu estado de origem, e pelo clube do qual é torcedor. Era algo, aliás, que o próprio Vanderlei já não esperava mais que pudesse acontecer. Ao comemorar o título estadual com o Flamengo de maneira "diferente, pois aqui sou técnico e torcedor", ele revelou que pretendia voltar ao clube numa terceira função, a de dirigente.
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- Minha ideia era, quando deixasse de ser treinador, entrar para a política do clube e ter um cargo na diretoria. Mas fui convencido pela Patrícia (Amorim) a ser o técnico da equipe. Porém, o objetivo maior é transformar o Flamengo num clube com estrutura, que é o que falta - disse Vanderlei, otimista com o futuro do clube na temporada.
- Estamos a seis jogos de bater campeão na Copa do Brasil. É o esforço de agora. O Flamengo tem tudo para acontecer este ano. E me refiro ao projeto. Já saímos da Gávea, o lugar de trabalhar é o Ninho. Vamos fazer o CT, é o meu compromisso com a torcida. Voltei para isso. Se não fizer (o CT), eu vou embora, não quero compactuar.
Os tropeços contra Madureira e Cabofriense fizeram Vanderlei temer pelo futuro da equipe na Taça Rio.
- Naqueles empates, achei que íamos ficar fora das semifinais. Mas, depois que classificamos, abriu a chance do título invicto, que é muito mais difícil. Estão todos de parabéns, da torcida à diretoria. Hoje, temos um grupo, os jogadores têm consciência disso - elogiou Vanderlei, explicando por que mudou seu hábito de não participar da festa do título no gramado. - Normalmente, eu vou direto para o vestiário. Mas aqui no Flamengo estou quebrando algumas coisas. O terno já caiu, e hoje quis comemorar no campo. É diferente para mim aqui. Sou torcedor.
Vágner Love pede "resgate"
A primeira conquista de Luxemburgo no Carioca marcou também o primeiro título da gestão de Patrícia Amorim à frente do clube.
- Não sou medrosa. Sempre confiei que ganharia título como presidente. É uma sensação de missão cumprida muito boa - disse a dirigente.
Ao ser perguntada, no gramado do Engenhão, sobre possíveis reforços para o restante do ano, Patrícia sacou seu telefone celular do bolso e mostrou uma mensagem que havia recebido pouco antes da partida. "Presidente, vou estar torcendo como na semana passada. Vamos ser campeões. Estou aqui te esperando, me resgata logo!", dizia o texto enviado de Moscou pelo atacante Vágner Love.
- Não sei se será possível trazê-lo, vamos ver. Mas é ótimo saber que é a nossa vontade e a dele também - disse.
Ao se dirigir para o pódio onde os jogadores receberiam o troféu da Taça Rio - a taça do Carioca será entregue apenas na festa oficial do campeonato-, Patrícia Amorim caminhava de mãos dadas com o volante Willians. Num ano em que o Flamengo trouxe estrelas como Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves, o volante está conquistando a torcida com raça e boas atuações. No domingo, foi mais ovacionado até que o camisa 10 pela arquibancada:
- Agora só o chamo de Príncipe Willians. É impressionante como ele mudou. Não ouvíamos a voz do Willians. Agora, ele fala na preleção e tudo. Tem a cara deste título - disse Patrícia.
Vibrando com os torcedores, o camisa 8 rubro-negro curtia a certeza de que está, definitivamente, tornando-se um ídolo da torcida.
- Não tem coisa melhor do que isso - afirmou Willians, enquanto apontava para a massa gritando seu nome
