segunda-feira, 2 de maio de 2011

Apesar da frustração no Vasco, Ricardo Gomes diz que é hora de pensar na Copa do Brasil

A tristeza dos jogadores do Vasco após a derrota para o Flamengo nos pênaltis - Cezar Loureiro
RIO - Felipe deixou o Engenhão sozinho. Fellipe Bastos saiu amparado pelos parentes. Dedé estava com a namorada e amigos. Nenhum jogador do Vasco quis falar após a derrota para o Flamengo . E nem seria preciso. Os semblantes exprimiam a frustração de quem acreditava muito numa conquista que, se viesse, poria fim à espera de sete anos por um título, desde que o time foi campeão da Taça Rio de 2004, sobre o Fluminense. O técnico Ricardo Gomes também sentiu o golpe, mas fez o que cabe ao comandante: assimilou-o rapidamente, até porque, na quarta-feira, o Vasco volta a campo para um novo jogo com caráter decisivo, o primeiro contra o Atlético-PR, pelas quartas de final da Copa do Brasil.
- Temos de valorizar a grande recuperação desses garotos, eles ainda vão dar muito ao Vasco - disse Ricardo, referindo-se à transformação da equipe após a péssima campanha na Taça Guanabara. - Vamos cuidar deles e digerir essa decepção, até porque temos uma outra decisão pela frente e nosso torcedor está ávido por títulos.
Apesar da tristeza, acentuada pelo histórico recente de derrotas do clube em decisões para o rival, Ricardo Gomes enxergou virtudes no Vasco. Em sua leitura do jogo, o time foi melhor mas não soube transformar a superioridade em gol. Faltou o último passe, a finalização certeira das jogadas. Nada, no entanto, que o obrigue a mudar a filosofia do trabalho, que, em sua análise, está no caminho certo.
- O suporte desse time é a qualidade do jogo, da estrutura que já temos. Vamos continuar a evoluir. É claro que existe um desgaste, mas temos como superá-lo- explicou Ricardo, que foi muito direto quando perguntado sobre os três pênaltis perdidos: - Pênalti não é loteria, é eficiência na hora da cobrança, e não fomos eficientes. São jogadores jovens, acontece na carreira de qualquer um. Eles têm todo meu apoio.
Exímio cobrador em sua época de jogador, o presidente Roberto Dinamite foi mais explícito ao analisar as penalidades. Para ele, o goleiro Felipe, do Flamengo, cresceu:
- O goleiro é grande. Quando abre os braços, diminui os espaços. Acho que nossos jogdadores tentaram tirar a bola dele. Espero que tenham a humildade de se aperfeiçoar.
Roberto reconheceu que a escrita diante do rival incomoda e um título sobre o Flamengo seria mais comemorado do que se acontecesse contra Botafogo ou Fluminense. Ricardo Gomes lembrou que, neste primeiro semestre, ainda há uma chance pelo caminho:
- Quem sabe não nos cruzamos na Copa do Brasil, é uma possibilidade.