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Theo Walcott terá de esperar, no mínimo, os 29 anos de idade para entrar em um jogo de Copa do Mundo. A grave lesão no joelho sofrida no último fim de semana descarta a possibilidade de vinda ao Brasil este ano, e torna-se mais um capítulo na curiosa relação do jogador do Arsenal com a principal competição de seleções.
Na única Copa para a qual foi convocado, em 2006, sua ida foi um choque para os torcedores e analistas. Quando Sven-Goran Eriksson o incluiu na relação de 23 nomes para o Mundial, Walcott tinha apenas 23 jogos como profissional, nenhum deles pela Premier League. Todos com a camisa do Southampton. Ainda não havia estreado pelo Arsenal, para onde se transferiu no início daquele ano.
Na época, Wayne Rooney e Michael Owen corriam contra o tempo para se recuperar de lesões, o que aumentava a expectativa dos goleadores ingleses do campeonato nacional. Jermain Defoe, Darren Bent e Andy Johnson eram os mais cotados, mas todos foram preteridos para dar espaço a Walcott. Peter Crouch foi o outro atacante no grupo.
Walcott não tinha a menor ideia de que seria chamado, e estava na autoescola quando sua convocação foi anunciada. Eriksson, que já sabia que a Copa do Mundo marcaria sua despedida da seleção, admitiu que se tratava de uma grande aposta, mas confiava no talento e na velocidade do jogador do Arsenal.
A confiança não saiu do discurso. Mesmo com Owen contundido no terceiro jogo da competição, contra a Suécia, o treinador não teve coragem de lançá-lo na competição. A Inglaterra caiu nas quartas-de-final para os portugueses, e Walcott saiu apenas com a experiência de ter feito parte do grupo.
Para se ter uma ideia do quão prematura foi a convocação em 2006, Walcott ainda fez parte de duas fases finais de Europeu sub-21 pela Inglaterra, em 2007 e 2009 - embora, nesta última, já fosse também um membro frequente da seleção principal. Para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, sua presença no time de Fabio Capello era dada como certa, mas o técnico surpreendeu ao deixá-lo de fora da relação final.
Walcott tinha sofrido com as lesões ao longo da temporada 2009/10, mas já estava plenamente recuperado na época da preparação inglesa para o Mundial. Foi, inclusive, titular nos amistosos de maio contra México e Japão.
Capello teria ficado insatisfeito com a indisciplina tática de Walcott e sua dificuldade em cumprir as orientações. Em um livro publicado posteriormente, o jogador criticou o tratamento dado pelo técnico italiano aos jogadores, e o acusou de instituir um 'regime do medo' no ambiente da seleção.
Em 2012, Walcott disputou sua primeira Eurocopa, sob o comando de Roy Hodgson. Entrou no segundo tempo em todas as partidas, com destaque para a vitória de virada por 3 a 2 sobre a Suécia, na fase de grupos, quando marcou o gol dos 2 a 2 e deu o cruzamento para Danny Welbeck garantir os três pontos.
Desde então, ele melhorou seu rendimento como goleador. Em 2012/13 marcou 21 gols em 43 partidas oficiais pelo Arsenal, seu melhor desempenho na carreira.
Tudo indicava que 2014 seria a oportunidade para acertar as contas com a Copa do Mundo. Ficará para 2018.