terça-feira, 29 de outubro de 2013

O novo Muricy

O São Paulo voltou a marcar gols de pênalti depois de desperdiçar cinco. O último de pênalti tinha sido convertido por Jadson na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, contra a Ponte Preta. Mas há uma novidade mais surpreendente do que as cobranças certas de Aloísio Boi Bandido: o São Paulo não faz mais gols com bola levantada na área, estilo Muricybol.
Muricy voltou ao Morumbi em 12 de setembro e o Tricolor fez 14 partidas de lá para cá. Marcou 21 vezes e só quatro frutos de cruzamentos para a grande área.
A primeira impressão era diferente. Contra o Vasco, no segundo jogo, dois gols depois de cobranças de escanteio validaram a teoria de que o jogo aéreo é o único recurso de Muricy. Não era bem assim o Fluminense campeão brasileiro de 2010, mas o gol do título foi resultado de um cruzamento de Carlinhos concluído por Emerson Sheik. Não foi de cabeça, mas a bola veio da lateral pelo alto para a grande área.
No Santos, Muricy teve mais repertório e sua principal contribuição para o título da Libertadores de 2011 foi escalar um cabeça-de-área fixo, Adriano. O Santos tinha problemas na defesa. Deixou de ter.
No final de sua passagem pela Vila Belmiro, o problema não era abusar das jogadas de cruzamento. Era não fazer gols nem assim nem de qualquer outro jeito.
Nos últimos tempos de Santos, o Muricybol tinha dado lugar à Neymardependência. Hoje, não há uma coisa nem outra. O São Paulo está mais forte.
No São Paulo, Muricy rejeita o rótulo de escalar três zagueiros. De fato, Paulo Miranda faz o papel de lateral-direito defensivo. Douglas é ponta-direita, com Ademílson aberto pela esquerda. Foi assim no jogo de ontem, contra o Inter, com Aloísio ocupando a vaga de Luis Fabiano de centroavante.
Fez gol de oportunismo, em impedimento. E dois de pênalti.
No comando de ataque, vai ser difícil Luis Fabiano recuperar a posição só pela recuperação física. Vai ter de jogar bem. O São Paulo não é ainda o time dos sonhos de sua torcida, mas chegou aos 43 pontos, pontuação que salvou do rebaixamento em quatro dos sete campeonatos com 20 clubes.
Há paz e bom futebol. O que não há mais é o cruzamento, marca registrada de Muricy Ramalho.
VACILO
Os dez últimos minutos do Cruzeiro no primeiro tempo contra o Criciúma são a exceção. No sábado, o líder do Brasileiro tinha a vitória assegurada e relaxou. Descuidou das costas dos laterais e da cabeça de área. Por isso, levou a virada.
Verdade que a reação do segundo tempo recebeu colaboração do árbitro. Suélliton, do Criciúma, não deveria ter sido expulso.


Daí a julgar que o Cruzeiro está perto de virar o fio e correr risco no campeonato vai uma distância enorme. O time mineiro segue favorito absoluto ao título.