segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Melhor

Faltou marcação por pressão e criatividade para o Bayern de Munique na estreia de Guardiola no Campeonato Alemão. A Europa também avaliou assim a vitória por 3 a 1 sobre o Borussia Monchengladbach.
Faltou lembrar que o primeiro jogo de Guardiola como técnico do Barcelona, no Campeonato Espanhol de 2008, foi uma derrota para o modesto Numancia. Depois vieram 16 títulos em quatro anos.
Cobrou-se de Guardiola humildade para manter o time com que Jupp Heynckes ganhou tudo na temporada passada. Pois foi exatamente o que mostrou contra o Borussia Monchengladbach, na primeira partida de verdade na temporada 2013/14. A única mudança tática em comparação com a equipe campeã da Europa foi Toni Kroos no lugar de Javi Martínez.
Saiu um volante, entrou um meia que era escalado muitas vezes como segundo homem de meio-de-campo no passado.
Com Guardiola, Toni Kroos é meia e Thomas Muller também. Jogam juntos. O Bayern venceu o Borussia Monchenglacbach --com algum sofrimento-- com dois meias e um sistema 4-1-4-1 (veja ilustração 1).
Sutil diferença em relação à temporada passada, a melhor da história. O Bayern marcava mais forte com seus atacantes do que fez na sexta-feira (ilustração 2). A pressão menor pode ser pela fragilidade física do início de temporada.
Ribéry estranhou Guardiola mudar posições demais de jogadores adaptados apenas a uma posição. Cruyff fazia isso no Barcelona e Arrigo Sacchi, no Milan, nos seus melhores momentos.
Cruyff foi um sucesso durante sete anos no Barça. No oitavo, ficou atrás de Atlético de Madrid e Valencia no Campeonato Espanhol.
Sacchi é hoje colunista do jornal italiano "La Gazzetta dello Sport". Defende até hoje a capacidade de todos jogarem em todas as posições. Nem sempre funciona. Quando foi diretor-esportivo do Real Madrid, aconselhou vender o volante Makelele, um especialista. Durante anos, o Real Madrid sentiu falta de um volante marcador.
A carreira da maioria dos técnicos vencedores foi uma gangorra. Não quer dizer que seja assim com todo mundo. Ser técnico muitas vezes exige mais esforço para seduzir os jogadores a executarem funções diferentes do que para treiná-los. Puskas contava em seu livro que Jeno Kalmar mudava as posições de todos nos treinamentos. Não repetia isso nas partidas. Guardiola parece ser igual.
É impossível saber se o treinador catalão terá no Bayern o mesmo sucesso do Barcelona. Mais difícil ainda é imaginar isso depois de um período curto de pré-temporada, que incluiu uma derrota na final da Supercopa e um jogo instável na estreia na Alemanha.


Certeza, apenas, que o Guardiola vai colocar seu Bayern nos livros de história. Seja pelo sucesso dos próximos meses. Seja por um eventual fracasso.