terça-feira, 16 de julho de 2013

Herói em 2002, Tavarelli prevê final sem favorito do 'prático' Olimpia contra os 'diferenciados' do Atlético

Reuters
Elenco do Olimpia campeão da Libertadores em 2002, com Tavarelli (vermelho) no gol
Elenco do Olimpia campeão da Libertadores em 2002
Ricardo Tavarelli é um dos grandes ídolos da história do Olimpia. O goleiro esteve em seis conquistas do Campeonato Paraguaio pelo time decano e foi fundamental no último título da Libertadores, em 2002. Nela, o ‘Mono' se consagrou ao defender pênaltis na semifinal diante do Grêmio e na decisão contra o surpreendente São Caetano. O clube de Assunção, por sinal, esteve atrás no placar na ida (0 a 1 para o Azulão no Paraguai) e na volta (0 a 1 para os paulistas até o intervalo do segundo tempo).
Hoje, Tavarelli segue ligado ao Olimpia, pois ocupa o cargo de diretor esportivo há dois anos e meio.
Nesta entrevista ao ESPN.com.br, ele fala um pouco da carreira dentro e fora das quatro linhas, relembra da conquista de 2002 e projeta a final entre Olimpia e Atlético-MG - começa nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Estádio Defensores del Chaco.

Leia abaixo a íntegra da conversa
Como está sendo atuar como dirigente?É muito mais fácil jogar, mas é uma posição que gosto, de fazer e realizar projetos. É minha forma de ficar ligado ao futebol. Não gostaria de ser treinador, mas gosto do futebol, do ambiente.
Como crê que pode ajudar na diretoria?Minha experiência no vestiário. Sei o que o jogador pensa, e sei do esforço da diretoria. Sempre fica essa disputa, jogadores têm coisas corporativas, sempre tem uma cobrança entre eles. Como jogador, é uma coisa. Como diretor esportivo, é outra. Tem que olhar por todo mundo, tem que cuidar de muitas coisas, projeção, presente. Esse é o maior prêmio para nós, a alegria da torcida.
Li notícias de que o Olimpia está em grave crise financeira. Como está a situação?Não, aqui no clube não tem isso. Agora não. Tivemos uma situação de crise no começo do ano, mas os jogadores ficaram todos fechados, fecharam o vestiário. Juraram ir para frente. A torcida acompanhou. A campanha na Libertadores ajudou a colocar torcida e time juntos.
Do que se lembra da final da Libertadores em 2002?Final muito difícil, a gente perdeu em casa por 1 a 0, saímos perdendo por 1 a 0 no primeiro tempo na volta. Mas era um time de muita personalidade, com muita garra, tinha uma coluna vertebral experiente. O time de 2002 era aguerrido, esse também é, os jogadores do Olimpia tem muita raça, personalidade, muita qualidade.
Como projeta a decisão contra o Atlético-MG?Não sei, agora vamos olhar. São 11 contra 11, com dois times bons. O Olimpia tem um futebol prático, vertical, sem muito toque de bola. Já o Atlético tem jogadores diferenciados do meio para frente. São dois estilos bastante diferentes. O Olimpia não precisa muito para chegar à área.
O assédio sobre os jogadores está forte? Já receberam propostas?Sim, obviamente. Mas agora ninguém está pensando nessas coisas. Tudo está centrado na final. Depois disso... Todo mundo agora está com a mente nos próximos dois jogos, vai ser difícil.
Martin Silva é um dos principais, se não o principal, responsável pela ida do Olimpia à decisão. Acredita que ele tem um pouco de seu estilo?Ele tem um estilo mais conservador, eu gostava muito de pular, tenho essas coisas. Ele tem outra característica. Eu que o trouxe, o seguia desde 2009, no Defensor. Aí, quando me tornei dirigente aqui, logo quis trazê-lo. Vendemos para ele um projeto, e saiu campeão aqui. O Olimpia fazia tempo que não tinha um goleiro titular, trouxe muitos outros, e agora ele ficou desde 2010 para frente.

Você passou pelo futebol brasileiro atuando pelo Grêmio em 2004. Como foi?Um clube fantástico, torcida espetacular, clube que gostei muito, tem muita garra. Tem muita história. Meu segundo time.