quinta-feira, 23 de maio de 2013

A estranha tese de Abel Braga tem lógica, mas não é tão simples - para Fluminense e Olimpia


EFE
Abel Braga acompanha o empate sem gols do Flu com o Olimpia: 'Acho que nós merecíamos mais'
Abel Braga acompanha o empate sem gols do Flu com o Olimpia.
O empate sem gols em São Januário não é melhor que uma hipotética vitória do Fluminense sobre o Olimpia por 2 a 1, como Abel Braga sugeriu antes da partida.

A matemática é simples. Com o triunfo, um zero a zero em Assunção garantiria a classificação. Agora leva para os pênaltis.

Acusar o campeão brasileiro de não ter buscado o gol seria injusto. Foram onze finalizações contra cinco do time paraguaio e 65% de posse de bola.

De concreto, um belo chute de Jean, gol perdido por Wagner em ótimo passe do volante, Rhayner errando a conclusão após driblar o goleiro, Wellington Nem também falhando no último toque e o goleiro Silva salvando cobrança de falta de Rafael Sóbis.

O Olimpia se fechou variando o 3-4-1-2 inicial para encaixar a marcação com sobra na defesa sobre o 4-2-3-1 tricolor. Pela direita, o ala Giménez esperava Carlinhos, Manzur abria e pegava Rhayner.

Do lado oposto, Salinas voltava como lateral marcando Nem, Ortíz abria pela esquerda acompanhando Bruno. O atacante Salgueiro voltava pelo centro e o “enganche” Báez dava o primeiro combate a Carlinhos, sempre a melhor saída do Flu. Em números, algo próximo do 4-1-4-1.

Olho Tático
A variação do 3-4-1-2 do Olimpia sem a bola para uma espécie de 4-1-4-1 (setas amarelas) encaixando a marcação sobre o 4-2-3-1 do Fluminense.
A variação do 3-4-1-2 do Olimpia sem a bola para uma espécie de 4-1-4-1 (setas amarelas) encaixando a marcação sobre o 4-2-3-1 do Fluminense.

Abel inverteu Nem e Rhayner no intervalo, depois mandou Sobis, Felipe e Samuel a campo nas vagas de Bruno, Wagner e Edinho empurrando o time para a frente.

Um contraste com as mudanças cautelosas do técnico Ever Almeida e a retranca com cinco jogadores na última linha defensiva nos últimos minutos, após a expulsão de Aranda. Três zagueiros vigiando Samuel e Fred, o alvo da maioria das 34 bolas alçadas na área pelo time brasileiro.

Olho Tático
No final, a retranca do Olimpia com dez homens - cinco na última linha defensiva para marcar os quatro atacantes tricolores.
No final, a retranca do Olimpia com dez homens - cinco na última linha defensiva para marcar os quatro atacantes tricolores.

O otimismo tricolor demonstrado por Abel e comandados nas entrevistas pós-jogo é estranho, mas tem sua lógica. Em quatro jogos longe do Rio de Janeiro, duas vitórias – 1 a 0 sobre o Caracas, 2 a 1 contra o Huachipato. Um empate sem gols com o Grêmio e derrota por 2 a 1 para o Emelec. Ambas com arbitragens bem discutíveis. Algo que pode se repetir no Paraguai.

Talvez o Olimpia nem precise. Em casa, venceu três vezes e empatou uma. Marcou 11 gols e sofreu apenas três. No entanto, terá que avançar as linhas e ceder espaços a um oponente que sempre fica mais à vontade quando tem o contragolpe.

O confronto das quartas-de-final da Libertadores está mais aberto que o placar inalterado pode sinalizar. A missão no Defensores del Chaco não será nada simples. Para os dois.