domingo, 20 de maio de 2012

Chelsea campeão da Liga: 'bullying' nas chuteiras do espetáculo

Chelsea sai da fila e levanta pela primeira vez a cobiçada Liga dos Campeões da Europa, o torneio interclubes mais badalado do planeta.

Nos pênaltis. E não poderia mesmo ser diferente, já que pouco fez em campo, a não ser montar um paredão com oito ou nove jogadores na defesa, como aconteceu contra o Barcelona nas semifinais, e seja o que Deus quiser.

Os adoradores das chuteiras pragmáticas certamente estão eufóricos. O importante é vencer, não importa como.

Tudo bem que o Bayern de Munique não foi nenhuma maravilha, achou que o doce de leite já estava no ponto aos 37min do segundo tempo, bobeou e tomou o empate.

Na prorrogação, perdeu um pênalti logo de cara, com o ‘herói inglês’ Robbin, e depois dançou na loteria final das cobranças.

Os Blues, com o brilhante Drogba na frente e o capacete de ouro Petr Cech sob o gol, fizeram a festa no Allianz Arena, a casa do chucrute.

Cada jogador do Chelsea deverá receber R$ 1 milhão de prêmio do ex-seminarista Roman Abramovich pelo triunfo do sensacional futebol de resultados, do saboroso grito ‘defense, defense, defense...’

O Chelsea venceu, o esporte perdeu. Espera-se apenas que o time inglês não continue servindo de 'bullying' para as chuteiras do espetáculo.                                                                
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Chimarrão e chucrute. O imortal Grêmio torceu barbaridades pela conquista do Chelsea. Explica-se: poderá contar com o Bayern de Munique na inauguração da Arena, em 8 de dezembro. Se os alemães devorassem os ingleses, o amistoso iria para o brejo porque seriam obrigados a disputar o Mundial de Clubes. Azar do Hamburgo, que figurava como regra três e perderá um bom cachê.

Sugismundo Freud. Pelo andar da carruagem, a roda é de pedra.

Túnel do tempo. O Brasil foi devidamente lembrado pela mídia espanhola após a vitória do Chelsea sobre o Bayern de Munique. O espanhol ‘As’ sapecou a manchete: ‘Maracanazo azul’. Um referência ao enxoval inglês e à perda da Copa de 50 da seleção brasileira para o Uruguai. Faz sentido.

Twitface. Santos, Fluminense, Corinthians e Vasco: quem tem mais condições de bater o Chelsea no Mundial da mamãe Fifa se conquistar a Libertadores?

Gilete press. Do técnico Di Matteo, ao canal alemão ‘SAT 1‘: “Foi um triunfo histórico. É a primeira vez que ganhamos a Liga dos Campeões. O Bayern jogou bem e teve mais chances. Mas quando se chega aos pênaltis, é uma loteria, e tivemos mais sorte." Matou a charada.

Tititi d’Aline. O Bayern repetiu o fiasco da Roma, que também perdeu o título em casa, em 1984. O Real Madrid (1957) e a Inter de Milão (1965) foram os únicos que deram a volta olímpica em casa.

Você sabia que... o Bayern de Munique havia vencido as quatro decisões que disputara nos pênaltis em competições europeias?

Bola de ouro. Roberto di Matteo. O italiano pegou uma tremenda batata quente, mas não se queimou. Ao contrário. Tratou de temperá-la, mesmo como cozinheiro interino, e serviu um jantar campeão aos torcedores do Chelsea.

Bola de latão. Robben. Mais uma vez, o holandês perdeu um pênalti e entregou a rapadura.

Bola de lixo. Cambistas. Venderam gato por lebre: ingresso da decisão da Liga feminina para o jogo dos marmanjos.

Bola sete. “Toda equipe tem o direito de jogar do jeito que pode e sabe. O que não se deve é enaltecer o futebol medíocre por causa de uma vitória” (do pequeno grande Tostão, na ‘Folha’, após o Chelsea eliminar o Barcelona nas semifinais da Champions – no alvo).

Dúvida pertinente. Chelsea e Corinthians, tudo a ver no pragmatismo?