Não houve jogo, disputa, duelo, peleja, embate. Teve massacre, passeio, totó, olé, baile, banho de bola. Bola jogada com os pés, rolando no gramado, como fizeram as escolas brasileira e argentina em seus melhores dias. É o já conhecido jogo espanhol — ou seria catalão? O estilo do Barcelona, hegemônico no planeta. Bonito, competitivo, eficiente. E com o especial tempero que é a presença do gênio Messi.
Campeão sul-americano e um dos melhores times do Brasil, o Santos possui o melhor jogador do hemisfério sul. Neymar é espetacular, tem um futuro brilhante pela frente, mas existem diferentes níveis de futebol pelo mundo. E o que se pratica no Brasil não está entre os melhores. O grupo que o cerca basta para que ele possa mostrar do que é capaz no âmbito continental, não no mundial.
Se o Barcelona está um degrau acima de todos os rivais, mesmos os europeus como o inimigo número um da Catalunha, o Real Madrid, fica evidente até para os mais ufanistas que a distância entre a bola que se joga no Brasil e entre os grandes europeus é bem diferente. A distância não é pequena. Se contra o Real Madrid o Barça vence, há disputa, duelo. Diante dos santistas o time branco parecia um... Al Sadd.
Um choque de realidade para o futebol brasileiro. Manter Neymar, recontratar craques em fim de carreira, como Ronaldo e Ronaldinho, ou artilheiros sem mercado lá fora, como Fred, basta para melhorar o nível por aqui. Mas não é o suficiente para que tenhamos futebol disputado no Brasil como um dos melhores, nem mesmo perto disso. A goleada barcelonista deixou isso ainda mais claro.
O futebol brasileiro renega há anos sua escola e adota bola parada e jogadas de velocidade como armas prediletas. Bola no chão, jogo cerebral, toque, troca de passes, criatividade, lucidez, inteligência na meia cancha, tudo isso virou coisa rara. É preciso uma reflexão de atletas, técnicos, cartolas, imprensa e torcedores. Os espanhóis estabeleceram um caminho e colhem frutos.
E não adianta antes de um jogo desses Fulano ou Beltrano estabelecer falsas verdades como "Puyol é fraco", "Dracena é melhor do queo Piqué", "Neymar é mais completo do que Messi" e "só ganhando campeonato no Brasil um treinador merece nota 10". Sejamos um pouco mais humildes e menos "brasileirinhos". Esse discurso tolo, ingênuo, desinformado, foi desmontado hoje no Japão.
Independentemente disso tudo, faltou apetite ao Santos. Era preciso marcar, desarmar, lutar pela bola o tempo todo. Como o Internacional contra o (não era o mesmo, esse é bem superior) Barcelona. Mas não é o perfil do atual time de Muricy Ramalho, pior nos desarmes no Brasileirão (16,2 por jogo contra 26,3 do campeão, Corinthians). Aprimorar esse fundamento era preciso. Agora é tarde.
"A receita do nosso sucesso é simples: analisar o adversário, aproveitar bem os espaços, preservar o controle da bola e fazê-la circular rapidamente", disse Pep Guardiola após massacrar o campeão da América do Sul. De fato simples. E o time dele ainda pressiona o adversário quando este tem a bola de forma implacável. Resultado da reunião de técnica, habilidade e combatividade.
Para chegar a esse estágio, o Barcelona percorreu um longo caminho, e se aprimora cada vez mais. Já o futebol jogado no Brasil parece seguir na direção contrária.
Campeão sul-americano e um dos melhores times do Brasil, o Santos possui o melhor jogador do hemisfério sul. Neymar é espetacular, tem um futuro brilhante pela frente, mas existem diferentes níveis de futebol pelo mundo. E o que se pratica no Brasil não está entre os melhores. O grupo que o cerca basta para que ele possa mostrar do que é capaz no âmbito continental, não no mundial.
Se o Barcelona está um degrau acima de todos os rivais, mesmos os europeus como o inimigo número um da Catalunha, o Real Madrid, fica evidente até para os mais ufanistas que a distância entre a bola que se joga no Brasil e entre os grandes europeus é bem diferente. A distância não é pequena. Se contra o Real Madrid o Barça vence, há disputa, duelo. Diante dos santistas o time branco parecia um... Al Sadd.
Um choque de realidade para o futebol brasileiro. Manter Neymar, recontratar craques em fim de carreira, como Ronaldo e Ronaldinho, ou artilheiros sem mercado lá fora, como Fred, basta para melhorar o nível por aqui. Mas não é o suficiente para que tenhamos futebol disputado no Brasil como um dos melhores, nem mesmo perto disso. A goleada barcelonista deixou isso ainda mais claro.
O futebol brasileiro renega há anos sua escola e adota bola parada e jogadas de velocidade como armas prediletas. Bola no chão, jogo cerebral, toque, troca de passes, criatividade, lucidez, inteligência na meia cancha, tudo isso virou coisa rara. É preciso uma reflexão de atletas, técnicos, cartolas, imprensa e torcedores. Os espanhóis estabeleceram um caminho e colhem frutos.
E não adianta antes de um jogo desses Fulano ou Beltrano estabelecer falsas verdades como "Puyol é fraco", "Dracena é melhor do queo Piqué", "Neymar é mais completo do que Messi" e "só ganhando campeonato no Brasil um treinador merece nota 10". Sejamos um pouco mais humildes e menos "brasileirinhos". Esse discurso tolo, ingênuo, desinformado, foi desmontado hoje no Japão.
Independentemente disso tudo, faltou apetite ao Santos. Era preciso marcar, desarmar, lutar pela bola o tempo todo. Como o Internacional contra o (não era o mesmo, esse é bem superior) Barcelona. Mas não é o perfil do atual time de Muricy Ramalho, pior nos desarmes no Brasileirão (16,2 por jogo contra 26,3 do campeão, Corinthians). Aprimorar esse fundamento era preciso. Agora é tarde.
"A receita do nosso sucesso é simples: analisar o adversário, aproveitar bem os espaços, preservar o controle da bola e fazê-la circular rapidamente", disse Pep Guardiola após massacrar o campeão da América do Sul. De fato simples. E o time dele ainda pressiona o adversário quando este tem a bola de forma implacável. Resultado da reunião de técnica, habilidade e combatividade.
Para chegar a esse estágio, o Barcelona percorreu um longo caminho, e se aprimora cada vez mais. Já o futebol jogado no Brasil parece seguir na direção contrária.
Veja a análise de Mauro Cezar Pereira feita no Bate-Bola de domingo