segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Palmeiras vence clássico e complica São Paulo na luta pela Libertadores

O Palmeiras venceu o São Paulo por 1 a 0 no Pacaembu neste domingo em clássico válido pela 37ª e penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. Sem grandes objetivos no restante da competição, o time do Palestra Itália - que está fora da luta pelo título, pela Libertadores e contra o rebaixamento - complicou a vida do rival do Morumbi na briga por uma vaga no próximo torneio continental.

O time alviverde chegou aos 49 pontos e, além de estragar a vida do adversário, confirmou vaga na próxima Copa Sul-Americana. Já a equipe tricolor permaneceu com 56 pontos e precisa de uma série de resultados na última rodada do campeonato nacional para voltar à Libertadores da América: além de vencer o Santos, o São Paulo precisa torcer para derrotas de Internacional, Coritiba e Figueirense.

O gol do Palmeiras foi marcado por Marcos Assunção, aos 10 minutos do segundo tempo. Em cobrança de falta próxima ao bico esquerdo da grande área tricolor, o volante tentou cruzar para a área, em uma das principais jogadas de ataque do Palmeiras e alvo de treinamentos no São Paulo durante a semana. A bola, porém, não foi desviada por ninguém, enganou Rogério Ceni e morreu no fundo do gol.

A derrota também marca um ano ruim do São Paulo em clássicos. Em oito jogos contra rivais regionais nesta temporada, o São Paulo só venceu apenas uma vez, quando bateu o Corinthians por 2 a 1 no clássico do 100º gol de Rogério Ceni.

Palmeiras e São Paulo terão clássicos novamentes na próxima e última rodada do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras enfrenta o Corinthians, enquanto o São Paulo joga com o Santos.

Marcos Assunção (esquerda) marca, dá vitória ao Palmeiras e frustra São Paulo, de Fernandinho
Marcos Assunção (esquerda) marca, dá vitória ao Palmeiras e frustra São Paulo, de Fernandinho
Crédito da imagem: Agência Estado
O jogoNo embate tático armado pelos amigos Luiz Felipe Scolari e Emerson Leão, o comandante do Palmeiras começou melhor. Ao optar por Patrik em vez de Tinga, o técnico do clube mandante no Choque-Rei deste domingo conseguiu preencher seu meio-campo e dar mais liberdade a Valdivia para se tornar quase um terceiro atacante.

Com uma marcação adiantada, Patrik, Marcos Assunção e Márcio Araújo formavam um paredão que anulava a intenção são-paulina de ter Cícero como organizador da saída de bola. Ele e Dagoberto eram obrigados a ficar atrás do meio-campo, sem ligação com Fernandinho e Luis Fabiano na frente.

Além da incapacidade ofensiva, o Tricolor ainda não cumpriu dois pedidos intensamente treinados por seu chefe durante a semana. Incumbido de colar em Valdivia, acompanhando-o mesmo quando ele estivesse no campo de defesa do Verdão, Wellington passou a cometer muitas faltas, assim como Juan ao tentar parar Cicinho. Tudo como o

Cometer faltas em jogadores do Palmeiras é dar ao time o que ele mais quer: a bola parada de Marcos Assunção. De início, não adiantou nada toda a preparação de Leão para esta jogada. Logo aos três minutos, Henrique e Luan subiram sozinhos, com o atacante desviando rente ao travessão. Aos seis, João Filipe teve que se esticar para que Ricardo Bueno, livre, não desviasse com o pé nas redes.

Por 20 minutos, o Palmeiras tornou o São Paulo um espectador dentro de campo, vendo-o tocar a bola. Até que os erros na frente apareceram, e o Verdão, então, deu a bola e o ânimo que o rival precisava para chegar ao ataque. O equilíbrio se estabeleceu com a postura que Leão queria, com Dagoberto vindo de trás pela direita e Cícero recebendo a ajuda de Denilson para subir.

Assim, também na bola parada, o Tricolor assustou em cobrança de escanteio de Fernandinho que Rhodolfo, com o gol livre, testou para fora, aos 21 minutos. Mas a empolgação apareceu, e a movimentação também. Tanto que o lateral esquerdo Juan posicionou-se como um centroavante, na marca do pênalti, para acertar a trave aos 35 minutos.

Na igualdade do confronto, o Palmeiras foi empolgado para o intervalo. No último lance do primeiro tempo, Rogério Ceni executou duas excelentes defesas em chutes de Luan e Patrik, este último ainda acertando o travessão, e Valdivia deu uma puxeta para fora. O chileno ainda se estranhou com o goleiro do São Paulo por ficar sentado na pequena área, aumentando o clima de rivalidade.

O desentendimento, contudo, ficou no vestiário. O que voltou com o Palmeiras foi o ânimo que contagiou a torcida no último minuto do primeiro tempo. Os comandados de Luiz Felipe Scolari voltaram a conseguir impor uma marcação adiantada, bloqueando a ligação dos são-paulinos aos seus atacantes. Só Luis Fabiano conseguiu chance em que chutou rente à trave aos três minutos.

Na defesa, sobrava desatenção ao Tricolor, tanto que bastava o Palmeiras tocar a bola sem tanta velocidade, dentro da área, que sobrava alguém livre. Assim, Luan e Valdivia jogaram para fora oportunidades que tiveram de frente para Rogério Ceni antes dos cinco minutos de segundo tempo.

Como na etapa inicial, os chefiados de Leão ainda cometiam faltas demais. Desta vez, porém, Marcos Assunção acertou o pé. Aos dez minutos, de tanto se preocupar em evitar o cabeceio de adversários, os são-paulinos não desviaram cobrança de falta do volante do Palmeiras, que balançou as redes.

Em desvantagem, Leão mudou todo seu panorama tático. Lançou Rivaldo, Marlos e Willian José nos lugares de Cícero, Dagoberto e Juan. Armou um 3-5-2 com Denilson na zaga e ganhou o meio-campo graças à qualidade de Rivaldo. Mas faltava eficiência. Piris chegou a cabecear para fora quando tinha o gol vazio à frente.

Tocando a bola, o São Paulo passou a ter mais dificuldades de entrar na área adversária quando Chico foi escalado para protegê-la. No contra-ataque, o Palmeiras ainda acertou a trave com Fernandão. No fim, Rivaldo ainda foi expulso. A vitória verde estava confirmada.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 1 X 0 SÃO PAULO

Local: estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 27 de novembro de 2011, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Público: 18.364 pagantes
Renda: R$ 225.556,00
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
Assistentes: Herman Brumel Vani e Danilo Ricardo Simon Manis (ambos de SP)
Cartões amarelos: Ricardo Bueno e Marcos Assunção (Palmeiras); João Filipe, Denilson, Wellington e Luis Fabiano (São Paulo)
Cartão vermelho: Rivaldo (São Paulo)

GOL: PALMEIRAS: Marcos Assunção, aos dez minutos do segundo tempo

PALMEIRAS: Deola; Cicinho (João Vitor), Leandro Amaro, Henrique e Gerley; Marcos Assunção, Márcio Araújo, Patrik (Chico) e Valdivia; Luan e Ricardo Bueno (Fernandão)
Técnico: Luiz Felipe Scolari

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Piris, João Filipe, Rhodolfo e Juan (Willian José); Wellington, Denilson, Cícero (Rivaldo) e Dagoberto (Marlos); Fernandinho e Luis Fabiano
Técnico: Emerson Leão