quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Rega-bofe: só Rogério Mil tem mais torcida que o próprio time

A festa do soberano cartola, capitão, artilheiro e goleiro Rogério Mil foi completa. Supimpa!

Recordes de público (60.514 pagantes), de renda (R$ 1.566.195) e de gol mais rápido do Brasileirão deste ano (Lucas, aos 25 segundos).

Fim do jejum de três jogos sem vitória no Morumbi. Liderança pelo menos até a bola rolar para Corinthians x Flamengo.

E um convidado extremamente bondoso, dócil, mesmo respirando a zona do agrião queimado: um Galo de bico quebrado, sem espora, asas cortadas e que não serve nem para dar um bom caldo.

O dono da festa trabalhou tanto, mas tanto, que nem precisará lavar o uniforme da histórica data. Poderá enquadrá-lo numa moldura sem a necessidade sequer de gastar energia para esquentar o ferro de passar.

Rogério Mil teve que se virar apenas para pedir um pente emprestado e colocar em ordem ralos fios de cabelo, prejudicados por uma cabeçada no primeiro tempo.

Após o rega-bofe, uma grande babação de ovo: todo time tem um goleiro, mas só Rogério Mil tem mais torcida que o próprio time.
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Pitacos da rodada 1. Botafogo, um show nas arquibancadas e dentro das quatro linhas: 36.995 pagantes assistiram o time, à la Barça, estraçalhar a carroça cearense no Engenhão – fora do estádio, o outro lado do dólar furado, com torcedores sem ingresso tentando invadir o estádio e brigando com a PM; garoto Felipe Anderson sai da borda da piscina da Ressacada e ajuda Borges na virada santista do polo aquático contra o Avaí – Peixe emplaca quarto jogo sem derrota (duas vitórias e dois empates); Colorado: repeteco do turno reforça o brilho da lanterna do Coelho no subsolo do campeonato.

Sugismundo Freud. A pior hora para um ataque cardíaco é no jogo de mímica.

Pitacos da rodada 2. No Parque do Sabiá, Fluminense pia mais alto e conquista a terceira vitória seguida – já o pão de queijo queima pela terceira vez no forno da Raposa; Dragão e Figueira, iguais em tudo – e não se fala mais nisso; Palmeiras de Felipão aproveita a ótima vantagem de duas chuteiras a mais e assume o trono de rei dos empates, com 10 – Furacão segue todo pimpão no túnel do vento da segundona.

Twitface. Luís Fabiano, o Fabigol, já começou a justificar o pequeno investimento de R$ 20 milhões feito pelo Tricolor: anfitrião da festa de Rogério Mil. Menos mal.

Tiro curto. A empatia da torcida são-paulina pelo técnico Adilson Batista merece registro: apesar do clima festivo, o ‘professor’ foi vaiado no Morumbi.

Independência. A marcha ‘Brasil contra a corrupção’ reuniu 30 mil em Brasília. Nasceu de um grupo de estudantes e professores. O magnânimo Ministério do Esporte ganhou um banho de escovão. Já o rei da bola foi saudado com uma bela dedicatória numa bandeira quadriculada: ‘Fora Ricardo Teixeira’.

A vida é bela. A estreia oficial de Túlio Maravilha no Bonsucesso, contra o Resende, pela Copa Rio, não fica devendo nada à festa de Rogério Mil: 69 pagantes no campo da Portuguesa, com renda de R$ 525. Com a camisa 969, referência ao número de gols que jura ter marcado, o atacante passou em branco e saiu no segundo tempo. Preocupadíssimo com o ‘vovô’ de 42 anos, o Bonsucesso esqueceu os gandulas e funcionários da Lusa fizeram um bico.

Gilete press. De Ricardo Mendonça, na revista ‘Época’: “Há cinco meses em Londres, o secretário especial Walter Feldman recolhe informações para o prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, sobre as Olimpíadas que acontecerão... no Rio. Feldman recebe R$ 11.595,61 por mês, mais duas remunerações extras [R$ 6 mil cada] por fazer parte do conselho de duas empresas municipais, a convite de Kassab.” Viva o Brasil olímpico!

Tititi d’Aline. A festa que marcará mil dias para o pontapé inicial da Copa de 2014 deverá ser em Belo Horizonte, na sexta da próxima semana, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e do empresário Edson Arantes do Nascimento, dono dos direitos de Pelé. Te cuida, Fielzão!

Você sabia que... os Correios investiram mais de R$ 150 milhões em patrocínios esportivos na última década?

Pombo-correio. “Discordo da forma como definiu ‘PAC’ [Plano de Aceleração da Copa-2014]. Melhor seria ‘Programa de Apoio à Corrupção’” – do internauta JSJ – faz sentido.

Bola de ouro. Basquete. Uma vitória histórica sobre os campeões olímpicos da Argentina. Desde 1995, a seleção brasileira não vencia os hermanos em torneios de primeiro nível. A classificação para Londres ficou bem mais perto.

Bola de latão. Messi. Um gol contra na entrevista à revista ESPN: a 'Pulga' não está nem aí para Pelé, o ‘Atleta do Século’.

Bola de lixo. Morumbi. Em lua de mel com impolutos bilheteiros do estádio são-paulino, os cambistas deitaram e rolaram na festa de ‘Rogério Mil’. Venderam ingresso de R$ 30 por R$ 150.

Bola sete. “Aqui é a minha vida. Obrigado de coração. Amo vocês” (de Rogério Mil, ajoelhado sobre o símbolo do clube, agradecendo o apoio da galera).

Dúvida pertinente. Nenê e Leandrinho vibraram com a vitória do Brasil sobre os dourados argentinos?