domingo, 11 de setembro de 2011

Como é bom sonhar (Parte III)

Estamos chegando ao fim da nossa série, "Como é bom sonhar". Restam três times que, na minha opinião, conseguem enxergar uma luz no fim do túnel. Muita coisa vai ter que dar certo. Certamente, vai ser muitoooo difícil, muita coisa vai ter que acontecer, mas o torcedor desses times ainda sonha com o título. É altamente improvável, mas é possível. Vamos dar uma olhada no futuro e analisar a temporada dos sonhos de Kansas City Chiefs, Chicago Bears e Minnesota Vikings.


3. Minnesota Vikings
Donovan Mcnabb
Donovan Mcnabb



O Natal chega mais cedo em Minnesota. Só que dessa vez o Papai Noel não vem de trenó, e sim, de van, Donovan. Sim senhor! O Papai Noel negro da barba grisalha está no espirito natalino. Ele sai distribuindo presentes para todo mundo que joga no ataque dos Vikings. Aos 35 anos, Donovan Mcnabb volta a ser o cara! Quem precisa de Sidney Rice quando você tem Percy Harvin, Visante Shiancoe, Kyle Rudolph e o melhor corredor da NFL, Adrian Peterson? Peterson está correndo solto depois de assinar um contrato de 7 anos, 100 milhões de dólares. Ele termina com 1.700 jardas terrestres, a melhor marca da NFL. A dupla de tight ends de Shiancoe e Rudolph dão mais do que o que falar. Eles desfrutam do mesmo sucesso que Rob Gronkowski e Aaron Hernandez curtiram em New England no ano passado e tiram a pressão do Donovan Mcnabb, que está aprendendo um novo ataque. Os Vikings adoram atacar o meio do campo com os dois tight ends e Harvin, mas de vez em quando sempre há uma bola sobrando para Bernard "bomba" Berrian. O jogador recebe 40 bolas e termina com a melhor média da NFL em jardas por recepção com 17,2.

A defesa dos Vikings perdeu Ben Leber e Pat Williams, isso não é bom. O que é bom é que o time renovou com Chad Greenway e conta com a volta do cornerback, Cedric Griffin. É como se Griffin nunca tivesse se machucado (perdeu 14 jogos da temporada passada). Ele forma uma das melhores duplas de cornerbacks com a estrela, Antoine Winfield. A linha ofensiva ainda tem Jared Allen e Kevin Williams. Obviamente não é a mesma coisa sem Pat Williams, mas o grupo ainda é sólido contra o jogo terrestre. Quando os quarterbacks vão pro passe, Allen e seu bigode dão barrigadas na cabeça deles. O comissário, Roger Goodell, nem consegue assistir. Ele pensa em proibir contato com o quarterback. Seu assistente sugere colocar saias nos quarterbacks. Goodell considera a hipótese mas depois deixa quieto.

Os Vikings vencem doze jogos e lembram o time de 2009. Só que dessa vez, não tem nenhuma interceptação na prorrogação na final da conferência. Os Vikings ganham dos Eagles em Philadelphia e se classificam para o Super Bowl. É a redenção de Donovan Mcnabb!



2. Kansas City Chiefs

Jamaal Charles
Jamaal Charles
Crédito da imagem: Reuters



Matt Cassell decide se candidatar para prefeito de Kansas City depois de uma excepcional temporada. O vice-prefeito será Dwayne Bowe. Essa parceria, que produziu 15 touchdowns no ano passado, continua eletrizando o torcedor dos Chiefs. Contando com a ajuda do calouro do ano, o receiver Jonathan Baldwin, Bowe tem mais espaço para operar. As defesas não podem aplicar uma marcação dupla nele, se não o Baldwin faz a festa. O running back Jamaal Charles termina com mais de 2.000 jardas (entre passes recebidos e corridas) e hoje é considerado um dos três melhores running backs da NFL. A aquisição de Steve Breaston também rende. O wide receiver que somou mais de 1.000 jardas em 2008 quando era pupilo de Todd Haley em Arizona, agora volta com tudo em 2011. Reunido com Haley (técnico dos Chiefs) ele se torna um dos melhores "slot" receivers da NFL. O ataque dos Chiefs, que foi o melhor correndo com a bola no ano passado, mostra um equilíbrio total. Matt Cassell termina com 30 touchdowns e Jamaal Charles disputa o prêmio de MVP.

Defensivamente, Tamba Hali faz jus ao seu novo contrato. O defensive end é líder da AFC em sacks pelo segundo ano consecutivo. Ele é o pior pesadelo dos quarterbacks adversários. A esposa de Philip Rivers, quarterback do San Diego Chargers, começa a ficar preocupada com seu marido que não para de falar enquanto dorme. Ele tem um sonho recorrente e enquanto dorme só fala, "No Tamba", "Bad Tamba", "Tamba poderia jogar em Tampa", "Oh my God, Tamba!" A esposa é forçada a dormir no sofá.

Não é preciso ser um gênio pra afirmar que Eric Berry é o terceiro melhor safety da NFL. Apenas Troy Polamalu e Ed Reed assustam mais. Berry apoia o jogo terrestre e é um terror contra os passes, terminando com 7 interceptações. A defesa dos Chiefs é agressiva e oportunista, são muitos turnovers forçados. Os Chiefs terminam com 11 vitórias e vão pra Indianapolis depois de vencer o Pittsburgh Steelers na final da conferência. Essa é a primeira aparição do time no Super Bowl desde a temporada de 1969.

1. Chicago Bears

Jay Cutler
Jay Cutler
Crédito da imagem: Reuters



Jay Cutler não acredita! É quase um milagre! Ele finalmente tem tempo pra lançar a bola. Aleluia!!! A linha ofensiva, que foi completamente reformulada, joga bem. No ano passado, esse foi o grupo que mais cedeu sacks na NFL. Agora, eles cedem apenas 25, sexta melhor marca da liga. Jay Cutler está tão feliz e surpreso que compra um Rolex pra cada jogador da linha ofensiva depois da décima semana da temporada!

Os Bears não têm o mesmo poder ofensivo do "Greatest Show on Turf" (apelido dado ao ataque do St.Louis Rams comandado pelo coordenador Mike Martz no final da década de 90) mas melhora bastante. Martz e Cutler estão em perfeita sintonia. Os Bears não sentem falta do tight end Greg Olsen (agora no Carolina), pois são muitas outras armas que ajudam o Cutler. Ele pode ter um nome difícil de pronunciar, mas o calouro Dane Sanzenbacher se torna o melhor amigo do Cutler. Com suas rotas precisas, o receiver lembra Wes Welker e o ex-jogador dos Bears, Tom Waddle. Ele não deixa uma bola cair e termina com 65 recepções.

Devin Hester, finalmente mostra que é algo além de um grande retornador. Além de retornar dois punts pra TD, ele recebe 8 passes para touchdown. Quando ninguém está livre nos passes mais longos, é a vez de Matt Forte. O running back joga tão bem, que Mike Martz comete a heresia de compará-lo com Marshall Faulk. Ou será que é uma heresia? Forte corre e recebe passes como ninguém. Depois de uma vitória em cima do Green Bay Packers, Charles Woodson simplesmente fala, "Forte killed us today".

A defesa dos Bears repete o feito do ano passado. Ela é uma parede contra o jogo terrestre e pressiona o quarterback. Tem muita gente que gosta de pimenta do reino, mas o torcedor do Chicago Bears gosta do "reino do homem pimenta." Exatamente! Julius Peppers é uma pimentinha, ou melhor, um pimentão, na vida dos adversários. Ele é difícil de engolir. Peppers é eleito o melhor defensor da NFL depois de somar 15 sacks, duas interceptações e dois field goals bloqueados. Brian Urlacher e Lance Briggs vão para o Pro Bowl, e os Bears vencem os Jets no Super Bowl.

Depois do jogo, o técnico dos Jets, Rex Ryan, compara a defesa dos Bears com a dos Bears de 1985. "Eu não vou falar que essa defesa é melhor do que aquela comandada pelo meu pai, Buddy Ryan. Mas uma coisa eu digo, eles causam um caos danado."


É bom sonhar né?

E pra você, qual será a grande zebra da temporada??