terça-feira, 2 de agosto de 2011

Luxemburgo renasce com o Flamengo

A campanha do Flamengo no Campeonato Brasileiro tem sido marcada pelo ressurgimento de Ronaldinho Gaúcho. No entanto, existe outro personagem para o bom ano rubro-negro até o momento, que conta apenas uma derrota e a invencibilidade no Nacional. Vanderlei Luxemburgo também chegou cercado de descrença à Gávea, em razão dos maus momentos vividos em outros clubes nos últimos anos.
JF Diorio/AE–27/7/2011
JF Diorio/AE–27/7/2011
Alta. Luxemburgo tem a apoio da diretoria do Flamengo

Enquanto Ronaldinho tem sido o esperado líder dentro de campo, Luxemburgo é o comandante exigente fora dele e revive seu grandes dias. Volta a ser protagonista da principal competição do País, da qual é cinco vezes campeão. Mas ele mesmo sabe que precisa mais.
"Quero ganhar campeonatos. Não adianta ficar invicto e não conquistar títulos. Esse é o nosso objetivo", costuma dizer.
A virada que o técnico rubro-negro empreende talvez seja ainda mais destacada do que a de seu astro. No ano passado, Luxemburgo viveu o ano mais desastroso de sua trajetória.
O ex-lateral chegou ao Atlético-MG no início de 2010 festejado pela torcida como se fosse um autêntico camisa 10. Luxemburgo era a esperança atleticana por uma grande temporada.
O primeiro semestre culminou com o título estadual. Mas veio o Brasileiro, infinitamente mais exigente, e os problemas começaram. A falta de planejamento era clara. Foram ao todo 23 reforços para a temporada, com desmanche após a conquista do Mineiro. Resultado: o Atlético navegou toda a competição entre os últimos e parecia destinado ao rebaixamento.
Deixou o time em situação crítica para tentar salvar o Flamengo do mesmo destino. Conseguiu a muito custo. Mas a realidade é que se Luxemburgo fosse um time (somando-se os pontos com os dois clubes) teria caído para a Segunda Divisão.
Para 2011, o técnico prometeu mudar os rumos do Flamengo, e o seu. Traçou um planejamento sério com a diretoria rubro-negra, que priorizava investimento pesado em carências específicas, em vez de um começar do zero, de uma caça às bruxas com reformulação completa do elenco e contratações duvidosas.
Vieram Thiago Neves e Ronaldinho, os pilares que sustentariam seu esquema. Outras contratações pontuais encorparam o elenco, como Darío Bottinelli. Durante o Brasileiro, o clube aprimorou a lateral-esquerda e a zaga, com Junior Cesar e Alex Silva. Nada comparável às mais de duas dezenas de contratações do clube mineiro.
É evidente, portanto, que Luxemburgo não trabalha - e brilha - sozinho. Ele colhe os frutos de seu conhecimento, mas também de um planejamento bem traçado e de um suporte sólido no clube da Gávea.
Mas não há como negar que o veterano treinador, de 59 anos, se reinventa. A coroação definitiva seria o sexto título brasileiro pelo clube do qual é torcedor e do qual sonha um dia ser presidente.