sexta-feira, 1 de julho de 2011

Renato Gaúcho pensou em ficar no Grêmio, mas palavras de Odone motivaram saída

A quinta-feira gremista foi marcada pela demissão do técnico Renato Gaúcho. O comandante pediu desligamento do Grêmio durante a madrugada e tal situação foi oficializada à tarde. Logo que disse para os responsáveis pelo futebol gremista que queria sair, Renato foi tranquilizado e prometeu repensar a situação. No entanto, a entrevista de Paulo Odone, que sucedeu a coletiva do técnico, foi importante para a saída.
Odone e Renato viveram sempre em rota de colisão. Críticas e manifestações de parte a parte tumultuaram o ambiente no Olímpico. Não foram poucas as vezes que treinador e presidente apresentaram discursos opostos. Renato chegou a dizer, antes de renovar com o clube, em janeiro, que se a direção passada tivesse sequência a negociação seria mais fácil. Odone aproveitava-se de cada derrota para criticar o comando publicamente.

Nesta quarta-feira, Antônio Vicente Martins e Renato Gaúcho amenizaram o clima tenso gerado pelo empate em 2 a 2 com o Avaí. Depois, Paulo Odone acabou com a tranquilidade revelando grande chance de demissão, que acabou se concretizando.

"Estava com a cabeça muito tranquila quando falei para o Vicente, o Simões e o César [dirigentes do futebol do Grêmio] o meu desejo. Depois, os três foram até o hotel para falar comigo e poderia ter tomado outro rumo da minha decisão. Nem sabia o que eles queriam falar comigo, mas disse que não iria mudar a minha opinião, principalmente, depois da entrevista do presidente. Não vem ao caso uma coisa ou outra. Eu saio muito triste, por deixar esse clube, esse grupo, as pessoas que fiz essa amizade e o torcedor, que sempre esteve com a gente. Sempre apoiou, nos momentos mais difíceis. É bonito fazer jogos com o Grêmio no Olímpico para ver a reação do nosso torcedor. O que me deixa mais triste é deixar o nosso torcedor, mas isso faz parte da vida de treinador. É assim mesmo. Hoje está aqui, amanhã ou depois está em outro lugar", revelou Renato.

O treinador nunca escondeu sua melhor relação com os dirigentes do antigo grupo que coordenava o Grêmio, que foi derrotado na última eleição presidencial, e acabou perdendo espaço no clube.

"A minha relação com o Duda [Kroeff, ex-presidente do Grêmio] no ano passado era excepcional, como era com a diretoria. Como era com a diretoria deste ano. A pergunta tem que ser feita para o presidente. Não para mim. Eu não tenho problema nenhum com o presidente do Grêmio. Vou falar a verdade, escutei uma coisa que outra, através de um amigo ou outro, mas eu não sei realmente o que ele falou. Sei que havia falado uma semana atrás, que no momento que eu sentisse que não era mais a minha hora, iria pedir para sair", referiu.

Quando deixou o Olímpico, o carro de Renato Gaúcho foi cercado por muitos torcedores. Os aficionados saudaram o treinador e não cansaram de pedir para sua permanência. Paulo Odone, por sua vez, foi duramente criticado. "A torcida é passional, todos nós sabemos que os torcedores acusam a direção pois tinham no técnico um ídolo", amenizou Antônio Vicente Martins, vice de futebol do clube.

Em meio a choro dos torcedores, do treinador, e quase do responsável pelo futebol do clube, Renato Gaúcho deixou o cargo de treinador do Grêmio. Ao todo foram pouco menos de 11 meses ocupando o comando do time. Neste período não houve conquista de títulos, o ponto alto foi a campanha de 2010 quando deixou a zona do rebaixamento e levou a equipe até a Libertadores. No entanto, neste ano, as quedas no Gauchão e na Libertadores pesaram negativamente.