terça-feira, 26 de julho de 2011

Ferrari e McLaren podem, agora, desafiar a Red Bull por Livio Oricchio


São fortes os índicos de uma segunda metade de temporada bem distinta da primeira. A Red Bull até pode continuar dominando as sessões de classificação, ainda que com vantagem bem menor da primeira, mas será bem mais difícil vencer tantas corridas como fez da Austrália, abertura do Mundial, até o GP da Europa, dia 26 de junho, oitavo do calendário.
O dado ilustra o momento da temporada: nas três últimas etapas, Valência, Silverstone e Nurburgring, tivemos três vencedores distintos de três equipes diferentes. Sebastian Vettel, Red Bull, Fernando Alonso, Ferrari, e Lewis Hamilton, McLaren, nessa ordem. E serão esses três times que na maioria das próximas provas deverão lutar pelas vitórias.
Muitos imaginavam que com a volta do escapamento aerodinâmico, na Alemanha, a Red Bull fosse resgatar parte importante do desempenho perdido em Silverstone, onde o recurso esteve proibido. Dentre ele, eu. Mas o que vimos foi Mark Webber e Sebastian Vettel mais lentos que Fernando Alonso e Lewis Hamilton.
É conclusivo: o modelo 150 Italia, da Ferrari, e o MP4/26-Mercedes, da McLaren, evoluíram mais que o Red Bull RB7-Renault. Vettel confirmou o dado, ontem: “Já em Silverstone ficamos com essa impressão. Aqui a confirmamos”, afirmou. No GP da Grã-Bretanha, a chuva no início e depois o seu pit stop ruim comprometeram a eventual vitória de Vettel.
Ontem, não houve nenhum fator que interveio. Hamilton falou: “Ganhamos dentro da pista”, desejando dizer sem variáveis que poderiam mascarar o resultado. É mesmo verdade. Foi a primeira derrota da Red Bull no campeonato dentre desse conceito.
A análise do restante do calendário mostra que em duas etapas em particular, Spa-Francorchamps, dia 28 de agosto, 12.ª do ano, e Suzuka, 9 de outubro, 15.ª, a vantagem deverá, em princípio, estar do lado de Vettel e Webber, pelas características das pistas. Mas nas demais, pelo evidenciado em Valência e Silverstone, McLaren, com Lewis Hamilton e Jenson Button, e Ferrari, Fernando Alonso e, quem sabe, Felipe Massa, parecem reunir todas as condições para desafiar a dupla da Red Bull.
Assistimos até agora corridas emocionantes, cheias de alternativas, mas sem essencialmente luta pela vitória, sem que a hegemonia de Vettel fosse colocada em xeque. É o caso nesse instante. Faz sentido acreditarmos que além de provas com muitas ultrapassagens e pit stops, veremos o que, no fundo, mais interessa: briga pelo primeiro lugar.
Esse fato novo, avanço súbito de Ferrari e McLaren, contudo, dificilmente deverá reverter o rumo do campeonato. Não é impossível, claro, mas a vantagem de Vettel na classificação é imensa. O alemão precisaria colaborar muito para haver luta pelo título, ao se desestabilizar diante da aproximação dos concorrentes.
Uma coisa, porém, é certa: Vettel vai ter de administrar as corridas de forma bem distinta da que fazia, quando quase não tinha concorrência séria para nada. Vamos ver agora, de verdade, quanto a conquista do mundial, no ano passado, o amadureceu.