terça-feira, 5 de abril de 2011

O presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, anuncia que está tudo “costurado” para Muricy Ramalho ser o técnico do Santos.

Ainda fico na Itália por mais alguns dias (nesta terça-feira, acompanho Inter x Schalke pela ESPN e pelo Grupo Estado), mas não deixo de seguir o que acontece no futebol do Brasil. E aqui, à distância, noto como se deteriora com rapidez a relação de Ganso com o Santos. Já escrevi a respeito disso algumas vezes, no blog, mas o assunto continua atual, sobretudo porque voltam os indícios de que ele poderia ir para o Corinthians, como um estágio antes de zarpar para o exterior.
Antes de mais nada, ratifico minha posição de que o profissional tem de ser livre para jogar onde lhe for mais conveniente. Não pode ser escravo de uma instituição ou de algumas pessoas. Liberdade e valorização é o que todos buscamos em nossas carreiras. Com jogador de futebol não pode ser diferente. Se encontrar melhores condições e salários mais altos, que acerte a transferência, toque a vida e seja feliz.
Mas o processo de transição tem de ser bem feito, caso contrário ficam mágoas. Isso em qualquer campo de trabalho e não apenas no esporte. No futebol, há a paixão envolvida, o que torna diferentes certas negociações. Não que o sentimento deva inviabilizá-las – só exigem mais cuidado, inteligência e delicadeza das partes envolvidas.
Posso cometer enorme engano, porém a sensação que tenho é a de que isso não está acontecendo com Ganso. É evidente o desconforto do meia na Vila Belmiro, e já há algum tempo. Desde que voltou a treinar, em várias ocasiões deu a entender que pretende curtir novos ares. E, por trás, há pressão de seus procuradores, de investidores e sei lá quem mais, em atrito com a diretoria alvinegra.
Não foi por acaso que na semana passada esteve aqui em Milão gente do “staff” de Ganso, em conversas com o pessoal do Milan e da Inter. Não apareceram na capital da Lombardia para apreciar os primeiros dias de primavera nem para fazer relações públicas. Os jornais dão como certo que houve sondagem de mercado.
Também admito que posso incorrer em erro de avaliação, mas estão forçando a barra para Ganso ir embora. Ele tem futebol enorme e sairá, mais dia menos dia. Só não deve marcar sua imagem – certo que a vida é dele, assim como o direito de decidir se vai pra cá ou pra lá. Deve, no entanto, pesar se a maneira como tudo ocorre neste momento é a mais adequada. Daqui a pouco vão dizer que ele sairá porque a torcida pega no pé. O círculo vicioso está posto.
PS. Muricy acertou com o Santos? Ótimo, bola cantada e manjada. Que tenha muita sorte na Vila e que possa permanecer por lá por bom tempo, mais do que ficou no Palmeiras e no Flu.