terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Flamengo hexacampeão. Generosidade da CBF?

Durante décadas a CBF ignorou pedidos de clubes para que fossem computados os títulos das antigas Copa do Brasil e Robertão. Só foi atendê-los no fim do ano passado, sob a alegação de que era resultado de um estudo. Acreditou quem quis.
Na mesma ocasião, a entidade alegou que não poderia unificar os títulos de 1987, requeridos por Flamengo e Sport, porque a questão estava na esfera da Justiça Comum. Agora, depois de um encontro com a presidente Patrícia Amorim, numa penada o Fla também é visto como campeão brasileiro daquele ano.
Fico à vontade para abordar o tema porque há muito tempo eu defendia a tese de que a antiga Taça Brasil equivalia ao Campeonato Brasileiro, assim como o Robertão. Só fazia restrição aos dois anos em que houve disputa simultânea da Taça e do Robertão. Não fez muito sentido a CBF dar o mesmo peso aos dois torneios. Mas isso passou…
Nesta segunda-feira acabou, portanto, a polêmica: o Fla pode apresentar-se como hexa sem nenhum asterisco, assim como o São Paulo, enquanto Santos e Palmeiras se gabam de ter oito títulos cada um. A discussão vai limitar-se a rubro-negros e tricolores por causa da Taça das Bolinhas, uma das peças mais horríveis de que se tem notícia no futebol. Mas vaidade é vaidade…
Ok, teoricamente está tudo bem e bola pra frente. Hora de cada time brigar por novas conquistas, dentro de campo e sem notas de rodapé. Mas o que levou a CBF a mudar de ideia tão radicalmente? Generosidade, espírito de distensão? Não acredito em cordialidade no mundo dos negócios. E futebol é negócio, futebol envolve dinheiro, futebol significa poder.
Os times teoricamente estão apaziguados com a CBF e não há por que alimentar choques de interesses com a dona da bola. Porém, como fica o Clube dos 13, que andou ensaiando colocar as manguinhas de fora e ter mais independência? Como fica a questão dos direitos de transmissão por televisão, já que a luta nos bastidores é pesada? Haverá decisões em bloco?
Dividir para reinar. Lição antiga e sempre atual.