sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Em busca da legião feminina

Fotos: Divulgação


Nesta temporada, quantidade de torneios dobrou em relação a 2009
BOM PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO
Para algumas atletas, contudo, a sequência de Futures é interessante, mas não é suficiente. A atual número um do País, Ana Clara Duarte, por exemplo, resolveu fazer as malas e disputar competições mais fortes na Austrália na mesma época dos torneios brasileiros. “Eu tinha duas opções de calendário neste semestre. Com um ranking de 350 em simples, ou ficava no Brasil jogando os Futures, onde não avançaria muito mais em termos de ranking, ou arriscava vir para esse lado do mundo e jogar Challengers. E ainda bem que deu certo!”, comemora Ana Clara, que venceu um torneio e fez final em outro na viagem.
No entanto, ela reconhece o valor de se jogar no País, especialmente para quem está dando os primeiros passos no profissionalismo: “Acho que esse número de torneios no Brasil ajuda muito, principalmente quem esta começando. Pode ter certeza que não tem nada melhor do que jogar em casa”. Uma das jovens que estão se beneficiando é Monique Albuquerque. “Consegui melhorar meu ranking, ter menos gastos, e isso também me possibilitou jogar uma quantidade maior de torneios. Para mim, que ainda estou entrando no circuito, querendo crescer de ranking e de nível, o importante é jogar, jogar e jogar”, comemora Albuquerque.
A “veterana” Maria Fernanda Alves, número um do Brasil durante boa parte dos últimos anos, também acredita que as maiores beneficiadas com os Futures brasileiros são as meninas mais novas: “Essa série de torneios está desenvolvendo e alavancando o tênis feminino brasileiro como um todo, além de ser importante para as tenistas que estão fazendo a transição de juvenil para pro ssional, podendo conquistar os primeiros pontos em casa com custo menor, sem enfrentar problemas do idioma, tendo facilidade de estar junto com o treinador, alimentação, continuidade nos treinos. Isso tudo são fatores que facilitam muito nessa fase inicial”. Contudo, assim como Ana Clara, Nanda acredita que serão necessários torneios com premiação maior em 2011. “Para o próximo ano precisa ter mais torneios com premiação maior, para dar sequência na melhoria do ranking das tenistas”, diz com a autoridade de quem sabe que car jogando somente Futures não leva a nada.

PERSPECTIVA PARA 2011
Em 2010, jovens promessas como Bia Maia, Carla Forte e Laura Pigossi passaram a pontuar no ranking e outras meninas mais experientes como Roxane Vaisemberg, Teliana Pereira e Nathalia Rossi conquistaram títulos e avançaram na tabela da WTA. Para 2011, a perspectiva é boa. A empresa Redoc Eventos, por exemplo, já estuda – além dos seis Futures que ajudou a realizar neste ano (com apoio da Lei de Incentivo) – organizar duas competições de US$ 25 mil de premiação. “Para 2011 aprovamos projeto através da Lei do ICMS paulista para o centro de treinamento feminino da CBT de São Paulo, que vai nos permitir viabilizar pela primeira vez o trabalho organizado e planejado dessas atletas”, conta Ricardo Camargo, diretor da Redoc, junto com Otávio Della. Então, se o ritmo de competições continuar em 2011, podemos até não ter grandes expoentes em termos de ranking, mas certamente teremos uma base maior, de onde poderá surgir um nome forte no futuro.