sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Em busca da legião feminina


Fotos: Divulgação

O aumentar o número de torneios femininos, aumenta-se a base de jogadoras e assim a chance de algumas delas se destacarem

Fotos: Divulgação


Então, para ajudar o tênis feminino – que anda largado às moscas desde sempre, pois nossas últimas top 100 (há mais de 20 anos) só chegaram lá por terem se arriscado mundo afora – a CBT planeja usar a mesma tática que tem funcionado com os homens: promover o maior número possível de Futures e aumentar a base. Os torneios que foram realizados em 2010 já mostram que essa estratégia tem tudo para funcionar e várias garotas fizeram seus primeiros pontos e passaram a figurar na lista da WTA.
Para termos de comparação, desde 2000, nossa média de tenistas ranqueadas é de cerca de 20. Até o começo de outubro deste ano, já temos 28. Só para esclarecer, a WTA tem um sistema diferente da ATP – em que basta ter 1 ponto para aparecer no ranking. No circuito feminino é necessário pontuar em três competições para figurar na lista. Ou seja, o resultado quase que óbvio de aumentar o número de torneios é ter mais meninas no ranking também.

FACILIDADES
Enfim, a relação maior número de torneio x maior número de tenistas no ranking é ainda mais lógica quando conversamos com as meninas. Vivian Segnini, por exemplo, passou os últimos anos viajando para o exterior atrás de torneios para disputar e sabe a dificuldade e os custos de estar fora do Brasil. “Acho que o mais importante são os custos, que caem bastante porque as passagens ficam mais baratas e os custos de alimentação e hotel também são bem mais acessíveis do que na Europa, por exemplo. Não joguei mais torneios no Brasil, porque, felizmente, com muito esforço dei um jeito de viajar. Mas acho que gastando menos, eu fico mais tranquila para jogar”, comenta Vivian.
Quem corrobora a opinião dela é Roxane Vaisemberg, que aproveitou bem a série de Futures em 2010, vencendo três e fazendo final em mais três. “Esta série foi importante para mim, pois estava retomando ritmo de torneios. No ano passado, não tinha condições de viajar para fora e acabei jogando apenas 13 torneios. Estava com dificuldades financeiras mesmo com os torneios sendo aqui no Brasil. Com este circuito e apoio que estou tendo do clube Hebraica, tive oportunidade de retomar o ritmo de jogos, aumentar a quantidade de torneios, viajar acompanhada e economizar para poder talvez ano que vem viajar para os torneios maiores fora”, constata Roxane.
Pode parecer insignificante para quem não está no meio, mas ter o acompanhamento dos treinadores durante uma competição pode fazer a diferença. Outro fator importante é “jogar em casa”. Nesses pontos, Roxane e Vivian também concordam: “Nos torneios no Brasil fica mais viável levar um treinador, coisa que para mim é muito difícil quando os torneios são fora. E também tem o lance da cultura, a gente se sente mais em casa, a comida não é estranha, é tudo mais familiar, e isso pode ajudar dentro da quadra também”, avalia Vivian