sexta-feira, 4 de março de 2016

Palmeiras é 'bipolar' contra o Rosario e incomoda Marcelo Oliveira

José Edgar de Matos, de São Paulo (SP), para o ESPN.com.br
 
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Marcelo Oliveira fala em 'sofrimento desnecessário' e admite: 'Recuamos muito'
Um primeiro tempo digno de Palmeiras. Um segundo longe das tradições alviverdes. Estas duas frases anteriores resumem a atuação da equipe de Palestra Itália na vitória por 2 a 0 sobre o Rosario Central, em duelo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América. Tal bipolaridade irritou torcedores, jogadores e, principalmente, o técnico.
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Diante dos jornalistas após o triunfo no sufoco, o técnico Marcelo Oliveira admitiu a decepção pelos dois tempos distintos. Se o Palmeiras atacou e pressionou na primeira etapa - apesar de manter a característica das bolas lançadas -, sofreu na parte final; o time da casa permaneceu praticamente os 45min da etapa final defendendo-se de um Rosario envolvente e perigoso.
"Eu sempre me incomodo (com o nível apresentado abaixo do esperado), mesmo ganhando. Mesmo jogando bem, você pode ter algo que poderia ser feito; isso pesa muito mais quando você tem essas inconstâncias de produção. A gente se sente incomodado", declarou o treinador.
"Toda a equipe se sente assim, não apenas o treinador. Trabalhamos muito o posicionamento nesta semana (o Palmeiras fechou os treinamentos de terça e quarta-feira). Aqui, as pessoas não desistem: queremos sempre melhorar e esperamos não sofrer tanto daqui para frente", acrescentou.
 
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'O Palmeiras tomou uma pressão impressionante', diz Antero 
O incômodo de Marcelo se justifica. Os mapas de calor apresentados peloESPNTruMedia refletem bem a mudança absurda de comportamento do Palmeiras em relação aos dois tempos de partida no Allianz Parque.
Na primeira etapa, a equipe alviverde ocupou mais o setor de meio-campo e ataque; tal postura refletiu-se em criação de oportunidades e no gol de Cristaldo. Das 10 finalizações palmeirenses em todo o duelo, oito ocorreram na metade de abertura da partida.
Fora a criatividade, a própria manutenção da bola no pé se tornou quase nula na etapa final de jogo. O Palmeiras acertou apenas 48 passes durante os 49min de confronto no segundo tempo - média de menos de um por minuto.
O Rosario, em compensação, trocou 243 passes certos no momento em que sufocou o rival palestrino. Na porcentagem, os argentinos também levaram a melhor no tempo final do confornto: 79,7% contra míseros 52,2% do Palmeiras.
ESPNTRUMEDIA
Palmeiras: primeiro tempo (esq.) e segundo tempo (dir.)
Palmeiras: primeiro tempo (esq.) e segundo tempo (dir.)
Este crescimento do Rosario Central - e por consequência a queda abissal do Palmeiras - assustou quem estava presente no Allianz Parque.
A entrada de Germán Herrera na vaga do zagueiro Estebán Burgos mudou o comportamento do time argentino, que ocupou mais a faixa ofensiva e acuou completamente o Palmeiras em direção ao último terço do gramado.
O crescimento do número de finalizações também explica o segundo tempo dominante do visitante argentino em São Paulo. O Rosario Central, derrotado, arrematou 18 vezes contra Fernando Prass - 13 destes chutes ocorreram na etapa complementar.
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Rosário Central: Primeiro tempo (esq.) e segundo tempo (dir.)
Rosário Central: Primeiro tempo (esq.) e segundo tempo (dir.)
Apesar da pressão, o Palmeiras saiu com o resultado e, consequentemente, com a liderança do grupo 2 da Libertadores depois de duas rodadas. A equipe brasileira soma quatro pontos, contra dois dos uruguaios River Plate e Nacional. O Rosario Central ocupa a lanterna com apenas um.