quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Desespero por ídolos criou 'Aldo rei' e o transformou em bobo em 13 segundos



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José Aldo, de rei a bobo em 13 segundos
José Aldo, de rei a bobo em 13 segundos
Pense bem: além do futebol, que outro esporte sobreviveu em alta no gosto do grande público brasileiro sem um astro do país se destacando, tornando-se um ídolo?
O tênis caiu após Gustavo Kuerten. A Fórmula 1 tornou-se desinteressante sem Ayrton Senna. Sem Oscar, o basquete perdeu o posto de segundo esporte do país para o vitorioso vôlei. O atletismo praticamente desapareceu - vale lembrar que, há poucos anos, a maior emissora aberta do país cortava transmissões de futebol em pleno domingo para mostrar saltos de Jadel Gregório.
Os exemplos são muitos. E as pessoas ligadas ao MMA e ao UFC sabem muito bem disso.
O momento do esporte também não ajuda. Ídolos do passado começam a deixar os octógonos ou passam cada vez mais longe do apogeu. Anderson Silva, que sempre foi o cara do sucesso por aqui, perdeu o cinturão, perdeu de novo na revanche e ainda acabou pego em um exame antidoping na sequência.
Na nova geração, ótimos lutadores despontam. Mas, por motivos difíceis de entender, não conseguem cair na graça do grande público.
Tudo caiu, então, sob os ombros de José Aldo. Maior campeão do país, invicto há mais de 10 anos e, de quebra, com um rival que finalmente poderia lhe proporcionar voos mais altos junto aos fãs.
Ele, que nunca foi de se expor, resolveu abraçar a causa. Se intitulou rei da categoria e prometeu calar o bobo da corte que tanto falava. A grande mídia comprou a ideia e vendeu o evento do último final de semana totalmente baseada nisso, com a hashtag #Aldorei liderando as redes sociais.
Mas quanto maior a altura, maior o tombo.
Tudo que poderia dar errado, aconteceu. Aldo acabou nocauteado pelo falastrão Conor McGregor em apenas 13 segundos e, imediatamente, viu o mundo cair em sua cabeça.
As críticas foram imediatas, em todos os lados. Até aí, tudo normal. Mas, claro, o fã brasileiro é passional e vai do amor ao ódio em muito pouco tempo.
Na cabeça de alguns, Aldo não é mais rei. Pelo contrário: virou o bobo da corte.
E isso incomodou bastante. A ponto de o treinador Dedé Pederneiras publicar uma carta pública pedindo respeito maior ao pupilo.
"Quem está por aí criticando, falando em vergonha, teria coragem de fazer o que ele fez? Aposto que não. Se tivesse, saberia o quão difícil é vencer em um país onde o apoio ao esporte é raríssimo. Meu recado aos críticos é esse: levantem da cadeira, saiam da frente do computador, larguem o celular, e façam melhor. Precisamos de mais pessoas como o Aldo e menos críticos de sofá", disse.
José Aldo merece respeito, sim. É um multicampeão e um dos melhores lutadores de todos os tempos. Mas sempre vai pagar por uma coisa que não está e nunca estará em suas mãos: a carência de ídolos do Brasil. 
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