segunda-feira, 22 de junho de 2015

Amarilla e auxiliar que está na Copa América são suspensos no Paraguai após revelação de escutas

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Auxiliar paraguaio Rodney Aquino em jogo da Libertadores deste ano
Auxiliar paraguaio Rodney Aquino em jogo da Libertadores deste ano
A Associação Paraguaia de Futebol (APF) anunciou nesta segunda-feira que o árbitro Carlos Amarilla e o auxiliar Rodney Aquino estão suspensos dos campeonatos locais para que possam se defender das acusações levantadas pela TV argentina Améirca.
Aquino, por sinal, está em ação na Copa América do Chile e foi assistente do árbitro Enrique Cáceres na vitória do Brasil sobre a Venezuela por 2 a 1.
"Dentro do estabelecido no Estatuto da Associação Paraguaia de Futebol, até que sejam sanadas os supostos feitos denunciados pela mídia e, sem que isto seja considerado uma sanção ou pena que afete a dignidade das pessoas que se citam em sequência, a Comissão de Árbitros determinou que os juízes Carlos Amarilla e Rodney Aquino, em princípio, não serão levados em conta para a designação de partidas do Campeonato Clausura", explica o comunicado da APF.
No último domingo, o canal publicou escutas telefônicas feitas pela Justiça do ex-presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, que envolvem os dois oficiais na partida de oitavas da Libertadores de 2013 entre Corinthians e Boca Juniors.
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16/5 - 'Amarilla foi encomendado para nos eliminar', Roberto de Andrade, diretor do Corinthians
Carlos Amarilla, árbitro de Corinthians x Boca
Nos áudios, o ex-homem-forte do futebol sul-americano - falecido em 2014 - levanta inúmeras suspeitas de corrupção e favorecimento. "A Comissão de Árbitros da APF dece afastar Amarilla e Aquino dos próximos jogos do campeonato local, o Clausura", está escrito na nota divulgada pela associação paraguaia.
Mais cedo, Carlos Amarilla negou qualquer envolvimento com o caso. "Estou tão surpreso quanto vocês. Eu não favoreci o Boca. Estou muito tranquilo, porque quem não deve não teme", afirmou o paraguaio à rádio AM 970, de Assunção. "Sou o mais interessado em que isso se esclareça. Querem sujar meus 18 anos de carreira."
No áudio em questão, Julio Grondona - presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA) por décadas, - aponta Amarilla como "o maior reforço do Boca". Seu interlocutor é Abel Gnecco, representante da comissão de árbitros argentina, que diz ter trabalhado pela escalação de Amarilla: "Escolhi e tudo saiu ótimo".
"As palavras desses dirigentes corruptos destroem o futebol. Metem a gente nessas coisas sujas dos dirigentes. Estamos fora disso. Todos os árbitros temos erros, mas nunca com má intenção. A mim, ninguém se aproximou, ninguém me ofereceu nada nunca. Todos sabem como sou", respondeu o paraguaio.
 
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Ouça as escutas telefônicas em que Grondona revela interferências em jogos da Libertadores