terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Depois de buscar onda perfeita pelo mundo, surfista perde a vida na praia onde começou



DIVULGAÇÃO
O surf mundial perde Ricardo dos Santos
O surf mundial perde Ricardo dos Santos
A luta foi grande. O surfista Ricardo dos Santos, 24 anos,  passou por mais de 7 horas de cirurgia no Hospital Regional de São José, região metropolitana de Florianópolis, para tentar reparar os ferimentos decorrentes de dois tiros sofridos na manhã da última segunda-feira. Nesta terça o surfista teve uma piora, passou por uma nova cirurgia  e foi levado novamente para a UTI onde teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu a batalha. 
ASP/KIRSTIN
Ricardinho com o Andy Irons Award por sua performance nas ondas de Teahupoo
Ricardinho com o Andy Irons Award por sua performance nas ondas de Teahupoo
Natural da Guarda do Embaú, Ricardinho cresceu na beira do mar. Com uma prancha emprestada do primo, o garoto descobriu o surf, esporte que moldou o seu estilo de vida.
Surfar as melhores e mais temidas ondas do mundo passou a ser a busca de Ricardo. Ele chegou até a competir em eventos do WCT como as etapas de Teahupoo e Fiji, mas o garoto da Guarda fazia questão de se intitular um “Freesurfer” surfista profissional que vive não de campeonatos, mas sim de surfar as melhores ondas do mundo.
Seguindo este caminho, Ricardinho conquistou respeito no Brasil e no Mundo. Foi capa de publicações respeitadas, como a revista Surfer. Ganhou em 2012 o Andy Irons Award por sua performance no Billabong Pro Teahupoo. Venceu Kelly Slater em uma bateria, participou de vídeos surfando algumas das ondas mais alucinantes.
“Percebi que gostava mais de ondas grandes e tubulares,” disse Ricardinho em 2012 quando anunciou uma parceria de agenciamento de sua carreira. “Foi quando mudei meu foco para os grandes feitos, em especial no freesurf,” completou.
Vitima de um episódio de violência banal, Ricardinho sofreu dois tiros na frente de sua casa na Guarda do Embaú, após uma discussão corriqueira com um policial militar catarinense que estava de folga e seu irmão. Em 2011, Ricardinho chegou a dizer que lamentava a violência que crescia vertiginosamente em sua terra natal.
Amigo e companheiro de onda dos principais surfistas profissionais do Brasil como Adriano de Souza, Gabriel Medina, Miguel Pupo, Filipe Toledo, entre outros, Ricardinho será lembrado pelo seu jeito tranquilo de falar. Pela forma consciente e apaixonada que olhava para o surf. Pelo seu estilo de vida simples que visava achar a onda perfeita, onde quer que ela estivesse.