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Dois anos para a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos Rio-2016. No dia 5/8/2016 o mundo todo vai de novo olhar para o Maracanã, como fez no mês passado para a final da Copa. A partir de agora este espaço no ESPN.com.br conta os dias para o maior evento do esporte mundial. Notícia, discussão, opinião, entrevista, um pouco de tudo a caminho do Rio-2016.
Para começar, a quanta$ anda a preparação para os primeiros jogos na América do Sul ?
A declaração recente do prefeito do Rio Eduardo Paes é simbólica: "Não é exatamente uma característica dos brasileiros entregar as coisas no prazo, mas isso será um legado intangível que vamos aprender". Mas por incrível que pareça, depois das broncas e cobranças do COI em abril e maio, a coisa andou.
A declaração recente do prefeito do Rio Eduardo Paes é simbólica: "Não é exatamente uma característica dos brasileiros entregar as coisas no prazo, mas isso será um legado intangível que vamos aprender". Mas por incrível que pareça, depois das broncas e cobranças do COI em abril e maio, a coisa andou.
Em janeiro apenas 46% dos 52 projetos para os jogos estavam licitados e os gastos orçados em R$ 5,6 bilhões. Agora são 71% dos projetos licitados e o orçamento de 6,5 bi. O custo total da realização dos jogos no Rio, incluindo os gastos do comitê organizador, os projetos relativos aos jogos e as obras de infraestrutura, o famoso legado para a cidade, já se aproximam dos R$ 38 bilhões. Destes, garante Eduardo Paes, 57% (cerca de R$ 22 bilhões) serão fornecidos pela iniciativa privada.
No parque olímpico na Barra da Tijuca, que vai receber 15 modalidades, já se vê as estruturas dos novos ginásios crescendo. A vila dos atletas e seus 31 prédios é o local mais adiantado.
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Entre as obras a maior preocupação do comitê organizador é com o complexo de Deodoro, que teve os trabalhos iniciados apenas no começo do mês passado. Ali serão disputadas 11 modalidades, entre elas Handebol, Hóquei na Grama e Pentatlo Moderno.
Segundo a prefeitura do Rio 55% dos locais de competição estão prontos, precisando apenas de adaptações para os jogos, casos do Maracanâ, Maracanâzinho, Rio Centro e Engenhão.
Talvez o maior problema dos jogos seja a Baía de Guanabara, que recebe esta semana o único evento teste dos jogos em 2014. Mais de 300 atletas de 34 países participam. Eduardo Paes esteve na abertura do evento e garantiu que as condições na área das raias estão adequadas. Ricardo Winicki, o Bimba, velejador brasileiro da classe RS-X, em entrevista ao repórter Tiago Leme do espn.com.br rebateu: Está longe de ser limpa, prefeito. A gente deu sorte de pegar uma corrente bacana. Tem esgoto sendo despejado no entorno da Marina da Glória, onde os barcos saem. O cheiro está insuportável." Bimba terminou uma das regatas do dia com um saco plástico preso ao leme do seu barco. O austríaco Nikolaus Resch disse que até um cachorro morto ele viu durante os treinos. Detalhe: o primeiro projeto de despoluição da Baía de Guanabara foi asinado em 1991, teve cooperação do governo do Japão depois do sucesso na despoluição da Baía de Tóquio. Mais de U$ 800 milhões foram gastos praticamente em vão. As atividades duraram até 2006, quando foi criado um comitê para cuidar exclusivamente do caso. A promessa da organização para o COI é a despoluição de 80% da Baía de Guanabara, numero que muito provavelmente não será atingido. O próprio comitê acredita que a despoluição total deve acontecer apenas em 2018.
Ainda assim um clima de otimismo toma conta da organização e até do Comitê Olímpico Internacional, tão crítico meses atrás. O diretor executivo da entidade, Gilbert Felli entende que este período de trauma é característico entre as cidades sede. Aconteceu com Sydney em 2000 e Atenas 2004 (que realizou os jogos com o parque olimpico levantando poeira). Felli tem plena confiança de que o Rio entregará as obras no prazo.