terça-feira, 5 de agosto de 2014

731 dias ! E contando...

UTERS
Dois anos para a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos Rio-2016. No dia 5/8/2016 o mundo todo vai de novo olhar para o Maracanã, como fez no mês passado para a final da Copa. A partir de agora este espaço no ESPN.com.br conta os dias para o maior evento do esporte mundial. Notícia, discussão, opinião, entrevista, um pouco de tudo a caminho do Rio-2016.
Para começar, a quanta$ anda a preparação para os primeiros jogos na América do Sul ? 
A declaração recente do prefeito do Rio Eduardo Paes é simbólica: "Não é exatamente uma característica dos brasileiros entregar as coisas no prazo, mas isso será um legado intangível que vamos aprender". Mas por incrível que pareça, depois das broncas e cobranças do COI em abril e maio, a coisa andou.
Em janeiro apenas 46% dos 52 projetos para os jogos estavam licitados e os gastos orçados em R$ 5,6 bilhões. Agora são 71% dos projetos licitados e o orçamento de 6,5 bi. O custo total da realização dos jogos no Rio, incluindo os gastos do comitê organizador, os projetos relativos aos jogos e as obras de infraestrutura, o famoso legado para a cidade, já se aproximam dos R$ 38 bilhões. Destes, garante Eduardo Paes, 57% (cerca de R$ 22 bilhões) serão fornecidos pela iniciativa privada.
No parque olímpico na Barra da Tijuca, que vai receber 15 modalidades, já se vê as estruturas dos novos ginásios crescendo. A vila dos atletas e seus 31 prédios é o local mais adiantado.
DIVULGAÇÃO
Projeto do Parque Olímpico dos Jogos de 2016, na região Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro
Projeto do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
 Entre as obras a maior preocupação do comitê organizador é com o complexo de Deodoro, que teve os trabalhos iniciados apenas no começo do mês passado. Ali serão disputadas 11 modalidades, entre elas Handebol, Hóquei na Grama e Pentatlo Moderno.
Segundo a prefeitura do Rio 55% dos locais de competição estão prontos, precisando apenas de adaptações para os jogos, casos do Maracanâ, Maracanâzinho, Rio Centro e Engenhão. 
Talvez o maior problema dos jogos seja a Baía de Guanabara, que recebe esta semana o único evento teste dos jogos em 2014. Mais de 300 atletas de 34 países participam. Eduardo Paes esteve na abertura do evento e garantiu que as condições na área das raias estão adequadas. Ricardo Winicki, o Bimba, velejador brasileiro da classe RS-X, em entrevista ao repórter Tiago Leme do espn.com.br rebateu: Está longe de ser limpa, prefeito. A gente deu sorte de pegar uma corrente bacana. Tem esgoto sendo despejado no entorno da Marina da Glória, onde os barcos saem. O cheiro está insuportável." Bimba terminou uma das regatas do dia com um saco plástico preso ao leme do seu barco. O austríaco Nikolaus Resch disse que até um cachorro morto ele viu durante os treinos. Detalhe: o primeiro projeto de despoluição da Baía de Guanabara foi asinado em 1991, teve cooperação do governo do Japão depois do sucesso na despoluição da Baía de Tóquio. Mais de U$ 800 milhões foram gastos praticamente em vão. As atividades duraram até 2006, quando foi criado um comitê para cuidar exclusivamente do caso. A promessa da organização para o COI é a despoluição de 80% da Baía de Guanabara, numero que muito provavelmente não será atingido. O próprio comitê acredita que a despoluição total deve acontecer apenas em 2018.


Ainda assim um clima de otimismo toma conta da organização e até do Comitê Olímpico Internacional, tão crítico meses atrás. O diretor executivo da entidade, Gilbert Felli entende que este período de trauma é característico entre as cidades sede. Aconteceu com Sydney em 2000 e Atenas 2004 (que realizou os jogos com o parque olimpico levantando poeira). Felli tem plena confiança de que o Rio entregará as obras no prazo.