BRUNO DOMINGOS/MOWA PRESS
A primeira frase de Dunga na apresentação como novo técnico da seleção brasileira revelou uma reflexão. Disse que seu relacionamento com a imprensa pode ser melhor do que da primeira vez. Apesar de valer sempre a reflexão de que relacionar-se bem com as pessoas, não é o papel fundamental do técnico da seleção brasileira, foi bom de ouvir.
Se o trabalho recomeça, apesar de preferências por um ou outro treinador, a análise tem de começar desarmada, como Dunga anunciou estar em sua primeira entrevista. A observação do novo trabalho deve ser neutra e justa, começando zero a zero a partir deste 22 de julho.
E seguir assim da primeira à última convocação.
De 2006 a 2010, o trabalho de Dunga foi bom. Não foi excelente, porque o time terminou a Copa em sexto lugar -- nem Dunga ficou feliz com a classificação. Mas é claro também que houve méritos, ou ele não seria lembrado quatro anos depois. Só um técnico na história da seleção teve uma segunda Copa do Mundo depois de perder a primeira. Só Telê Santana.
Dunga pode ser o segundo, se emplacar os quatro anos como emplacou da primeira vez. Gilmar Rinaldi sempre foi um homem de diálogo e de olhar para além de suas fronteiras. A ambição que pedi na coluna da Folha de S. Paulo no último domingo e que normalmente falta aos dirigentes brasileiros sobrou na vida de Gilmar, dos tempos de goleiro aos dias de agente de jogadores.
A capacidade de diálogo também. Quem sabe Gilmar seja o agente capaz de fazer Dunga dialogar mais sem abrir mão de seus princípios, anunciou em sua primeira entrevista coletiva.
Boa sorte, Dunga!