quinta-feira, 17 de abril de 2014

Em meio a protestos contra arbitragem, Vasco bate Resende com gol de pênalti e avança

Gazeta Press
Douglas comemora o gol da vitória do Vasco
Douglas comemora o gol da vitória do Vasco
O Vasco encontrou mais dificuldades do que esperava, mas venceu o Resende por 1 a 0, em São Januário, e avançou à segunda fase da Copa do Brasil. O jogo de dia, em Manaus, terminara em empate em 0 a 0. Nesta quarta, o artilheiro foi o capitão Douglas, de pênalti.
O detalhe da partida foi o "fantasma" da final do Campeonato Carioca, que terminou com o vice-campeonato do Vasco após um gol irregular de Márcio Araújo, do Flamengo. Convocada pela diretoria e diante de uma promoção de ingressos, a torcida compareceu em bom número a São Januário e protestou com camisas negras, faixas e até gritos de "é campeão!".
O momento de maior revolta foi um gol mal anulado do lateral direito André Rocha, no "apagar das luzes" do primeiro tempo. Ironicamente, o gol da vitória cruzmaltina foi marcado em cobrança de pênalti, que gerou muitas reclamações pelo lado do Resende.
Agora, o Vasco "vira a chave" para a Série B do Campeonato Brasileiro, na qual a equipe estreia às 16h (de Brasília) deste sábado, contra o América-MG, novamente em São Januário. Pela Copa do Brasil, o Cruzmaltino tem pela frente um confronto contra o Treze de Campina Grande, ainda sem data para acontecer. Caso vença o jogo de ida, na Paraíba, por dois ou mais gols de vantagem, o time carioca eliminará a segunda perna.
Gazeta Press
Torcida do Vasco protestou em São Januário
Torcida do Vasco protestou muito em São Januário
O jogo
Desgastado pelas "batalhas" contra o Flamengo pela final do Estadual, o Vasco foi a campo com três desfalques importantes: o zagueiro Rodrigo, o volante Guiñazú e o atacante Edmilson. Thalles, que substituíra o último no último domingo, também não atuou devido à convocação à seleção brasileira sub-20. A compensação veio com muita vontade sob a chuva fina que vem castigando o Rio de Janeiro desde domingo.
A primeira chance, no entanto, foi do Resende, que sabia que poderia complicar o confronto caso conseguisse abrir o placar. Logo aos 3 minutos, Marcel recebeu em boas condições, mas finalizou mal e a bola passou longe.
Com dificuldades para penetrar na defesa do Resende, armada pelo técnico Aílton Ferraz com três zagueiros, o Vasco encontrava espaços na entrada da área. Fellipe Bastos e Douglas arriscaram no início, mas erraram o alvo. Pouco depois, aos 12, Bastos "calibrou" o pé em cobrança de falta, e forçou o goleiro Mauro a fazer defesa difícil.
O passar do tempo foi tornando o jogo mais truncado e menos emocionante. O Vasco sofria poucos riscos atrás e controlava a posse de bola, mas permanecia muito tempo na intermediária. A torcida, em resposta, começou a demonstrar impaciência na arquibancada. A pior notícia foi a lesão de Diego Renan, que sentiu a perna e teve de ser substituído por Marlon.
As chances de gol só reapareceram no final do primeiro tempo, com a mesma fórmula do início da partida: chutes de fora da área. André Rocha e Douglas experimentaram de canhota e levaram muito perigo, mas a bola se perdeu pela linha de fundo em ambas oportunidades.
Ainda haveria tempo para um lance polêmico, que inflamou de vez os ânimos vascaínos com a arbitragem: já aos 47 minutos, André Rocha recebeu lançamento pela direita e estufou as redes. Mas o auxiliar Francisco Pereira de Souza marcou impedimento inexistente no lance, e o placar seguiu 0 a 0. Para evitar a pressão cruzmaltina, o trio de juízes sequer desceu para os vestiários de São Januário, permanecendo no centro do campo durante o intervalo.
O segundo tempo veio com uma postura mais agressiva do Vasco, que teve a entrada de Dakson no lugar de Pedro Ken. Poucos minutos depois, Éverton Costa, que já sentira um problema físico no primeiro tempo, foi substituído por Montoya.
E que bem fez o colombiano ao Vasco, com muita velocidade e habilidade pela ponta direita. Mas o bem armado sistema defensivo do Resende seguia criando dificuldades. Qual foi a solução cruzmaltina? Novamente, chutes de fora da área. Fellipe Bastos e Douglas voltaram a experimentar, mas erraram o alvo. Montoya emendou um balaço, e a bola passou raspando a trave.
O alívio do Vasco veio, por ironia do destino, em um pênalti marcado pelo árbitro Rodrigo Carvalhaes Miranda, que gerou muitas reclamações por parte do Resende. O autor foi Thiago Sales, em trombada com Reginaldo na entrada da área. Douglas cobrou bem no canto esquerdo de Mauro e inaugurou o placar.
A comemoração do lance, no entanto, sequer foi tão calorosa no banco de reservas vascaíno. O motivo foi um quadro de convulsão e desmaio apresentado pelo já substituído Éverton Costa. Já acordado, o jogador foi levado de ambulância a um hospital particular no bairro de São Cristóvão, na Zona Norte no Rio, ao lado da esposa. Não houve notícias sobre o seu quadro até o apito final em São Januário.
Atrás no placar, o Resende tentou ir para cima com substituições ofensivas, mas só assustou em chute bloqueado de Gerson e em cabeçada de Thiago Sales, defendida por Martín Silva no finalzinho. O Vasco, sem a pressão de abrir o placar, limitou-se a permanecer controlando a posse de bola e tentar, timidamente, ampliar a vantagem. Ficou nisso: 1 a 0 magro, suficiente para classificar o Cruzmaltino à segunda fase da Copa do Brasil.
FICHA TÉCNICA
VASCO 1 X 0 RESENDE
Local: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 16 de abril de 2014 (quarta-feira)
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo Carvalhaes Miranda (RJ)
Assistentes: Silbert Sisquim (RJ) e Francisco de Souza (RJ)
Cartões amarelos: Rafael Vaz (Vasco); Dudu, Felipe Alves, Lucas, Mauro e Geovane Maranhão (Resende)
Cartão vermelho: Não houve
Gol: Douglas, de pênalti, aos 25 minutos do segundo tempo
VASCO: Martin Silva; André Rocha, Luan, Rafael Vaz e Diego Renan (Marlon); Aranda, Pedro Ken (Dakson), Fellipe Bastos e Douglas; Reginaldo e Éverton Costa (Montoya).
Técnico: Adilson Batista.
RESENDE: Mauro; Marcelo, Thiago Sales e Daniel Lucini (Geovane Maranhão); Lucas, Léo Silva, Dudu, Bruno Gallo (Felipe Alves, depois Felipe Linhares), Marcel e Gerson; Clebson.
Técnico: Aílton Ferraz.