Por unanimidade, o Plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) julgou improcedente a acusação feita por Marco Polo Del Nero contra o deputado federal Romário, pela suposta prática do crime de injúria.
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Del Nero, que é presidente da Federação Paulista de Futebol e vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, alegava, em queixa-crime apresentada na Corte, que uma afirmação de Romário ofenderia sua honra e configuraria crime de injúria.
José Cruz/Agência Brasil
O relator do Inquérito 3780, ministro Teori Zavascki, observou que o fato de a afirmação ter sido feita em reunião em ambiente privado afasta a imunidade parlamentar alegada pela defesa do deputado. O ministro ressaltou que o STF, em diversas ocasiões, assentou que o crime de injúria se caracteriza por pronunciamentos genéricos contra a dignidade ou decoro da vítima.
O ministro considerou que, no caso, ao atribuir em suas declarações condutas impróprias a dirigentes esportivos de futebol, entre os quais Del Nero, não foi evidenciado o dolo específico imprescindível à configuração do delito, "mas sim ânimo de criticar, gravosamente ou não, o que não ingressa na órbita criminal, pois afastado o elemento subjetivo do tipo", observou o relator.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou parecer pela rejeição da queixa-crime, também sem acolher a argumentação de imunidade parlamentar.
"O especial fim de agir do querelado não era ofender o querelante - o padrão da linguagem por ele empregado permite concluir que, fosse essa a intenção, a fala teria sido mais direta, de foco mais fechado e, sobretudo, ainda mais rude; o que ele pretendia era formular crítica ampla, horizontal, às vicissitudes da gestão do futebol brasileiro e sul-americana, que ele genuinamente reputa genericamente desonesta", apontou o procurador.