quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Em ascensão, meninas do Brasil miram Teliana

Apesar do grande sucesso da pernambucana Teliana Pereira em 2013, o tênis feminino brasileiro ainda está em desvantagem quando comparado ao masculino. Mesmo não tendo um nome sequer no top 100 da ATP, o país tem atualmente bem mais consistência entre os homens, que são quatro entre os 200 e sete entre os 300. Já na WTA apenas Teliana figura no top 200 e são três ao todo as que estão no top 300.
Só que os resultados conquistados pelas meninas brasileiras neste ano deixam uma boa expectativa de que a maré pode mudar no futuro. Recém-promovida à condição de número 2 do país, a paulista Laura Pigossi, de 19 anos, acredita que o maior apoio ao tênis feminino e a quantidade crescente de torneios no Brasil está diretamente relacionada ao crescimento dos resultados das representantes nacionais no circuito.
Outro ponto importante levantado por ela é a possibilidade maior de intercâmbio, jogando também torneios fora do país, principalmente na Europa. E neste aspecto Laura não está sozinha, tendo a companhia da paulista Paula Gonçalves e de gaúcha Gabriela Cé, outros expoentes da nova geração do tênis feminino. "Uma coisa muito importante é que estamos mesclando torneios na Europa, o que agrega muito ao nosso nível de jogo", explica Gabi.
"Não é por acaso que estamos conquistando resultados positivos. Lá o nível de uma guria de ranking 1000 é completamente diferente de uma sul-americana", acrescenta a canhota gaúcha de 20 anos, que disputou 13 eventos na Europa ou no norte da África. Com as outras duas paulistas não foi muito diferente, Laura jogou 12 vezes por lá e Paula 13 vezes (tendo ainda outros cinco nos EUA).

Foto: Cristiano Andujar/CBT
Paula e Laura veem Teliana como fonte de inspiração

"Pode não ser uma coisa de outro mundo, mas você vê que o buraco é bem mais embaixo, você tem que lutar mais para ganhar os pontos e os jogos", revela Cé, que começou o ano na 445ª colocação e agora ocupa a 313ª. Ascensão maior ainda teve Pigossi, que saiu do 566º posto para o atual 290º, ao passo que Gonçalves foi a que menos subiu, era a 342ª e agora é a 329ª.
Teliana foi outra que melhorou muito o ranking em 2013, ganhou mais de 60 colocações no decorrer da temporada e se tornou a primeira brasileira a chegar ao top 100 em 23 anos, repetindo o feito de Andrea Vieria que em 16 de abril de 1990 ocupava a 95ª posição. Este feito tem servido de inspiração para as mais novas que vêm logo abaixo. "Nos mostra que o caminho está aí. Acaba sendo uma motivação a mais, uma pessoa de seu país conseguindo resultados", observa Gabi.
"Estou feliz pela Teliana, tenho certeza que ela vai subir mais no ranking e tenho certeza que também as outras jogadoras que estão vindo. É uma motivação extra. Estamos começando a entrar em um momento bom", acrescenta Paulinha, otimista pelo futuro do tênis feminino. "Teliana é uma inspiração, machucou o joelho e voltou. É a prova que treinando duro todo mundo consegue chegar lá", complementa Laura.
Para Gonçalves, além de servir como motivação, os feitos de Teliana também podem ajudar mais diretamente, já que a pernambucana sempre que pode conversa com as mais novas. "Ela passa informações para gente. Já jogou quali de Grand Slam e agora vai para chave principal, com certeza vai ter outras coisas para contar de suas novas experiências em chaves principais (de WTA)", finaliza a paulista de 23 anos.