terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Dez questões a responder na virada do ano na Premier League

Depois da derrota em casa para o Aston Villa na estreia, não eram poucos os torcedores dos Gunners que pediam a cabeça de Arsène Wenger. Mas eram poucos os que podiam imaginar que o time terminaria 2013 como líder da Premier League e sério candidato ao título. Fatores como a contratação de Mesut Özil no fechamento da janela de transferências e a explosão de Aaron Ramsey ajudaram o time a embalar. Desde então, apenas mais duas derrotas, em visitas a Manchester United e Manchester City. O que pode frear o sonho do título? Para muitos, a falta de um centroavante de primeira linha. Embora não pareça o melhor momento para questionar Giroud, autor do gol da vitória sobre o Newcastle na rodada passada, Wenger poderia olhar para um nome de mais talento na janela de janeiro. Pode ser a diferença para o troféu.

2) Manchester City deixará de ter duas caras?

Dez vitórias em dez jogos, com média de 3,8 gols marcados por partida. Os números do Manchester City como mandante impressionam, mas não surpreendem se olharmos o potencial ofensivo do time de Manuel Pellegrini. Somente em casa o time fez mais gols que o total de qualquer outro na liga. O que impressiona é a dificuldade de repetir o desempenho fora do estádio Etihad. O City tem apenas a décima melhor campanha fora de casa do campeonato, totalizando apenas 11 de 27 pontos possíveis e marcando 1,78 gol por jogo.

3) Chelsea enfim decolará na segunda era Mourinho?

Embora esteja a apenas dois pontos do líder, não é exagero dizer que o Chelsea ainda não embalou desde o retorno de José Mourinho. Os símbolos do time na primeira passagem do treinador estão mais velhos, a segurança defensiva não é mais a mesma e os centroavantes não conseguem se firmar na equipe. É verdade que os Blues têm a terceira melhor defesa da liga, mas já sofreram 19 gols, quatro a mais que em toda a campanha do título em 2004/05. Pragmático, Mourinho não tem vergonha de jogar pelo empate contra alguns candidatos ao título. Pode ajudar a explicar porque, mesmo com tantos jogadores talentosos para criar jogadas, o time não decola. Além disso, a exemplo do que acontece no Arsenal, faz falta um centroavante mais confiável. Vai contratar?

4) Com Suárez, o que o Liverpool pode almejar?

O Liverpool chegou ao Natal como líder, mas isso já aconteceu em outras três oportunidades desde o último título, em 1990, e o troféu não chegou. Se alguém pode mudar esta história, é Luis Suárez. O polêmico uruguaio é indiscutivelmente o melhor jogador da temporada, artilheiro disparado com 19 gols - 10 deles em dezembro, contagem que nunca um jogador havia alcançado em um único mês na Premier League. Com bons coadjuvantes, como Coutinho e Sturridge, Suárez ajuda os Reds a sonharem alto, no mínimo com Champions League. As derrotas para Manchester City e Chelsea derrubaram o time para quinto lugar, mas também deixaram a certeza de que o Liverpool pode jogar de igual para igual com os favoritos. E os quatro primeiros ainda têm de visitar Anfield.

5) Manchester United ainda pode sonhar com o título?

Mudança de técnico após a irrepetível era Ferguson, mercado tímido que deixou carências em posições importantes. Fatores que ajudam a entender as razões para o campeão United não repetir o desempenho da última temporada. De positivo, o desempenho de Wayne Rooney, que permaneceu no clube após manifestar, pela segunda vez desde que chegou a Old Trafford, o desejo de ir embora. A história mostra reações impressionantes dos Diabos Vermelhos, que hoje estão a oito pontos do líder e a três da zona de Champions League, considerada obrigação. Mas é difícil ver este time brigando pela ponta desta vez. David Moyes deveria ir ao mercado em janeiro por um meio-campista após o fiasco com Fellaini.

6) Poderá Sherwood tirar o máximo do elenco do Tottenham?

O Tottenham foi ousado ao rapidamente efetivar Tim Sherwood como substituto de André Villas-Boas até o fim da próxima temporada, mas o fato é que o ex-jogador inglês ainda é uma incógnita. Os Spurs transformaram o dinheiro da venda de Gareth Bale em várias contratações promissoras, mas poucas delas deram o retorno esperado até aqui. Ainda não é possível dizer que o time superou a saída do galês, que se cansou de ganhar jogos sozinho na última temporada. Por enquanto, para quem imaginava colocar os rivais locais à sombra, a campanha é uma decepção. Sherwood teve um bom começo e seu sucesso seria ótimo em um mercado cada vez mais difícil para os técnicos ingleses, mas os maiores testes ainda estão por vir.

7) Everton terá fôlego para acompanhar o passo dos líderes?

Roberto Martínez confirmou o que seus trabalhos anteriores já davam a entender: trata-se de um dos técnicos mais promissores da Premier League. Com o Everton, o espanhol uniu solidez defensiva - 18 gols sofridos, melhor marca ao lado do Arsenal - a um ataque de jovens talentosos e cheios de vontade. Lukaku, emprestado pelo Chelsea, é o comandante do sistema ofensivo que ainda conta com promessas como Barkley, Deulofeu e James McCarthy, este último pupilo de Martínez desde os tempos de Wigan. Manter o quarto lugar seria um resultado fenomenal, mas o menor número de alternativas no elenco em relação aos favoritos leva a algum ceticismo sobre as chances de obter a façanha.

8) Newcastle será capaz de brigar por vaga europeia?

Provavelmente não. Mas para quem estava brigando contra o rebaixamento nesta altura da última temporada, o oitavo lugar é motivo para celebração. Alan Pardew mostrou que a diretoria acertou ao lhe dar um voto de confiança e respeitar o longo contrato assinado em tempos melhores. A permanência de Cabaye e os gols de Rémy têm sido cruciais para os Magpies. Um bom mercado em janeiro poderia impulsionar o sonho europeu, mas terminar na parte de cima da tabela já seria um resultado importante.

9) Quem será o próximo técnico a cair?

Cinco dos seis últimos na tabela já mexeram no comando. A lógica aponta para Sam Allardyce, do penúltimo colocado West Ham, como o próximo, a não ser que ele consiga mudar rapidamente a rota da equipe.

10) Quem tem mais cheiro de rebaixamento?

Com apenas sete pontos separando os dez últimos, a briga pela permanência na elite deve ser tão emocionante quanto a disputa pelas primeiras colocações. O Crystal Palace saltou para sair da zona de rebaixamento desde a chegada de Tony Pulis, um impacto que Fulham e Sunderland não conseguiram com suas mudanças. West Bromwich e Cardiff ainda não definiram quem serão seus novos comandantes, mas dificilmente arrancarão o suficiente para ficar fora de perigo a curto prazo.