As chances de Lionel Messi ser eleito o melhor jogador do mundo pelo quinto ano consecutivo foram minadas pelas sucessivas lesões. A corrida pela Bola de Ouro Fifa em 2013 é a mais aberta dos últimos anos, e dois candidatos despontam como favoritos: Franck Ribéry e Cristiano Ronaldo. Ribéry já ganhou o prêmio da Uefa ao melhor da Europa na temporada, enquanto CR7 sonha em recuperar a coroa de melhor do mundo conquistada ainda pelo Manchester United, em 2008.
Messi dominou o prêmio desde que se unificaram os colégios eleitorais da Fifa (técnicos e capitães das seleções nacionais) e da France Football (jornalistas), em 2010. Mas as duas premiações já vinham dando resultados coincidentes desde Ronaldinho em 2005. Agora, trata-se de entender como o ano mais difícil de Messi desde sua chegada ao topo mexerá com a cabeça dos votantes.
É importante notar que a Fifa receberá os votos até esta sexta-feira, dia 15 de novembro. Ou seja, o resultado das repescagens e os demais jogos oficiais do fim do ano (como as rodadas restantes da Champions League e, no caso de Ribéry, o Mundial de Clubes) não farão diferença. Ao contrário dos últimos anos, quando foram anunciados três finalistas, desta vez serão cinco.
Qual o peso dos títulos?
Embora se trate de uma premiação individual, as conquistas coletivas costumam fazer diferença na hora da eleição. Vencer a Champions League foi crucial para Kaká, em 2007, e Cristiano Ronaldo, em 2008. A Copa do Mundo foi determinante para Fabio Cannavaro levar o prêmio em 2006. Messi, porém, não teve grandes conquistas internacionais em dois dos quatro anos em que foi premiado.
Ronaldo não conquistou títulos com o Real Madrid em 2013, enquanto Ribéry colecionou troféus com o Bayern: Champions League, Bundesliga, Copa da Alemanha e Supercopa europeia. Caso os eleitores privilegiem quem foi campeão, ainda fica uma dúvida: será que a maioria identificará o francês como protagonista ou outros jogadores do Bayern podem lhe "roubar" votos?
A divisão das preferências é uma das razões apontadas para nenhum jogador da seleção espanhola ter recebido o prêmio da Fifa durante a era mais vitoriosa da história da equipe.
Qual o peso dos números?
As marcas e recordes alcançados por Messi ajudaram o argentino a ganhar o prêmio mesmo quando faltaram os títulos. O mesmo pode acontecer com Cristiano Ronaldo. A média do português em 2013 é impressionante: são 62 gols em 54 partidas. Ele marcou 56 vezes em 46 jogos pelo Real Madrid, e seis vezes em sete jogos pela seleção.
Ribéry não se aproxima da média de Ronaldo, com 20 gols (15 pelo Bayern e 5 pela França) em 47 jogos. Messi, por sua vez, acumula 45 gols (39 pelo Barcelona e 6 pela Argentina) em 47 partidas. São números de respeito, que devem garantir ao argentino, mesmo com as lesões, um lugar entre os finalistas.
Qual o peso da imagem e das relações pessoais?
As recentes declarações de Joseph Blatter que irritaram Cristiano Ronaldo mostram que nem sempre o aspecto técnico é o único considerado na hora de votar. Embora o presidente da Fifa supostamente não influencie nos votos, não é de se descartar que alguns eleitores pensem como ele e possam deixar de votar no português por nutrir por ele algum tipo de antipatia.
Não deveria, mas acontece. Até porque um terço do colégio eleitoral é de jogadores, que nem sempre usam os critérios mais objetivos. Já houve inúmeros casos em que a amizade e o companheirismo foram colocados em primeiro lugar na cédula de votação.
No início de dezembro, saberemos quem são os finalistas. Em quem você vota?