sábado, 23 de novembro de 2013

Figueira faz dever de casa, bate ASA e dorme no G-4 a uma rodada do fim



A uma rodada do fim da Série B, o Figueirense ganhou, nesta sexta-feira, um privilégio que poucos têm a essa altura da competição: dormir no G-4. Ao vencer o rebaixado ASA por 2 a 0, com gols de Pablo e Éverton Santos, na despedida do estádio Orlando Scarpelli na competição e diante de 7.268 torcedores, os catarinenses chegam à quarta colocação graças ao segundo melhor ataque, que os coloca à frente de Icasa e Ceará com o saldo de gols como critério de desempate. Os alagoanos até lutaram, mas, já na Terceira divisão, caminham também para ficar com a lanterna.

Com sua parte feita, o Figueirense vai passar o sábado em frente à televisão. Para permanecer no grupo de acesso e depender somente de si na última rodada, torce por tropeços de Ceará e Icasa, que jogam contra Palmeiras e Chapecoense, respectivamente. Além disso, aproveita para ‘secar’ o Sport, que está à sua frente na tabela em função do número de vitórias – 19 contra 18.
Para fechar o campeonato, os catarinenses, que têm 59 pontos, viajam até Bragança Paulista e, no dia 30, encaram o Bragantino. Rebaixado com 32 pontos, o ASA, no mesmo dia, recebe o São Caetano, penúltimo colocado. Dependendo do resultado dos próprios paulistas, sábado, contra o América-RN, os alagoanos podem entrar em campo sem chances de deixar a lanterna da Série B.
Figueirense x ASA comemoração de Pablo (Foto: Diego Madruga)Gol do Figueirense, de Pablo, é muito comemorado pelos alvinegros catarinenses (Foto: Diego Madruga)
ASA pressiona, mas Figueira faz dois e juiz valida apenas um
Figueirense e ASA resolveram trocar de papéis durante 20 minutos. A inversão começou antes de a bola rolar. Com as camisetas tradicionalmente alvinegras quando joga em casa, o time catarinense usou as reservas, de cor branca, já que os alagoanos entraram em campo com as peças listradas em branco e preto. Depois do apito inicial, os visitantes tinham a posse de bola e os mais desavisados pensariam que aquela era a equipe que brigava pelo acesso. Elionar Bombinha chegou a acertar um chute na trave. Tudo isso fez a arquibancada no Orlando Scarpelli ficar calada e os nove torcedores do time de Arapiraca vibrarem.

Quando percebeu que seria importante, a torcida do Figueirense fez a diferença. Com cantos, levou a equipe a pressionar e tomar conta do jogo. Aos 23, Pablo marcou depois de algumas tentativas. O atacante recebeu na entrada da área,  puxou para a perna direita e colocou no ângulo de Marcão: 1 a 0. Com o gol e três atacantes, o Alvinegro catarinense se soltou. Vinícius Eutrópio liberou os laterais – em especial Wellington Saci – e a equipe atacou em bloco, criando boas chances.

Aos 42, um lance polêmico. André Rocha bateu falta na área do ASA, Thiego desviou e Rafael Costa completou para o gol, em posição irregular. O árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima da Silva ficou imóvel, esperando uma reação do auxiliar José Javel Silveira, que teve reação semelhante. Após alguns segundos, Jean tomou a iniciativa e apontou para o meio, validando o lance. Somente então o bandeira também correu. Pressionado pelos jogadores alagoanos, a arbitragem voltou atrás, anulando o tento e deixando a vantagem simples para os catarinenses.

ASA novamente em cima, e Figueirense surpreende no contra-ataque

Primeiros a pisar no gramado na volta do intervalo, o trio de arbitragem recebeu uma sonora vaia em função do gol anulado no final da etapa inicial. Em campo, o que se viu no segundo tempo, foi uma equipe com medo de perder e a outra despreocupada. Para o Figueirense, um tropeço poderia significar o fim do acesso, enquanto o ASA tinha como pretensão deixar a lanterna. Sem deixar de atacar, o Furacão catarinense tinha atenções defensivas, em especial na recomposição do contra-ataque. Pablo e Éverton Santos, atacantes pelos lados do campo, fechavam para o meio, muitas vezes mais recuados que Maylson, terceiro volante e camisa 10.

Rafael Costa chegou a colocar uma bola na trave do ASA, mas o time e a torcida estavam nervosos. Os alagoanos perceberam e começaram a arriscar a partir dos 30 minutos, assustando com bolas alçadas e lançamentos nas costas dos laterais. Didira e Wanderson eram os mais acionados. Vinícius Eutrópio tentou corrigir com Nem marcando centralizado. A pressão não diminuiu, mas a precisão, sim. Aos 37 minutos, Rafael Costa puxou contragolpe e colocou na cabeça de Éverton Santos, que encobriu Marcão: 2 a 0. Festa para a grande maioria catarinense no estádio, que dorme no G-4 e vai acordar com o controle da televisão na mão.