segunda-feira, 17 de junho de 2013

De olhos bem abertos

Os japoneses arregalaram seus olhos quando Neymar acertou o sem-pulo e acabou com seu jejum de gols. O estádio inteiro também arregalou seus olhos. E Neymar respirou fundo, de olhos bem fechados.
A seleção também respirou aliviada.
Depois do gol, o jogo do primeiro tempo pode ser chamado de insosso ou paciente. Levando em conta o fato de o time estar em construção, a troca de passes lenta entre os zagueiros foi uma qualidade. Mesmo quando Thiago Silva e David Luiz abusaram de lançamentos longos.
A ligação direta é evidência de que é preciso melhorar a saída de bola. Precisa sair pelos laterais e pelos volantes também. A dificuldade existe, porque ainda há uma distância enorme entre Luiz Gustavo e Paulinho e a linha dos três armadores, Hulk, Neymar e Oscar, o que produziu contra-ataques japoneses.
Quando a bola chegou aos quatro da frente, houve muito mais deslocamentos e trocas de posição do que contra Inglaterra e França (veja ilustração). Esse é o grande avanço. Exemplo é Fred sair da área para ajeitar com o peito no lance do gol. Ou Neymar deixar Fred na cara do gol depois de uma arrancada pela esquerda, aos 42 minutos.
Bom também o apoio de Paulinho, autor do segundo gol, dentro da área inimiga, em outra jogada iniciada por Neymar.
Não se esqueça de que o Japão é bem estruturado por Alberto Zaccheroni, técnico campeão italiano pelo Milan em 1999. A vitória não é de se desprezar.
A seleção terminou o jogo no 4-3-3 que Felipão testa como alternativa e que teve o ápice no lindo passe de Oscar para o terceiro gol, de Jô.
A seleção progride. O Brasil de Dilma Rousseff e a maior vaia de seu mandato, não. Escudos transparentes, cassetetes, capacetes reluzentes e a determinação de manter tudo em seu lugar.


Selvagem! Os versos acima, dos Paralamas, banda da turma de Brasília, são de um tempo em que cidade fazia mais sucesso.