Secretário-geral da entidade, Marco Antonio foi durante muitos anos uma espécie de mentor do presidente, já que era ele quem definia os rumos da seleção brasileira. Ele estava nas Copas do Mundo de 1994, 1998, 2002 e 2006.
Nesta segunda-feira, em entrevista aos canais ESPN, o ex-funcionário da entidade que comanda o futebol brasileiro fez uma avaliação das condições atuais de Marin. “Ele está isolado. Não tem mais acesso na Fifa, nem no governo brasileiro. A Copa hoje é comandada basicamente pela Fifa e pelo governo”, disse.
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Marco Antonio afirmou, também, que Marin já não é apoiado nem mesmo por seus pares. “O Marco Polo del Nero não mostra nenhum apoio ao Marin. É muito fácil sair na foto quando está tudo bem”, afirmou o ex-secretário geral.
A situação de Marin com a Fifa e o governo federal agravou-se desde o fim do ano passado, quando a imprensa começou a divulgar discursos do presidente da CBF e do COL, dos tempos em que ele era deputado estadual em São Paulo.
Em um dos discursos, ele elogia delegados da ditadura – entre eles Sérgio Fleury; noutro, em 1975, durante um aparte, pede providências sobre o comportamento da TV Cultura. O jornalista Vladimir Herzog, diretor da emissora, foi preso e assassinado menos de um mês depois.
Neste ano, o filho de Vladimir, Ivo Herzog, fez uma petição pedindo a saída de Marin da CBF. Ele colheu 54 mil assinaturas e protocolou a petição na confederação, junto do deputado federal Romário. Ivo também enviou a petição ao comitê de ética da Fifa. A presidenta Dilma Rousseff, que não se encontra com Marin há mais de 5 meses, tem se recusado a receber o presidente; ela foi presa durante a ditadura militar.
Os principais trechos da entrevista de Marco Antonio Teixeira o fã de esporte acompanha a partir desta segunda-feira, na programação dos canais ESPN. Durante a semana, o ESPN.com.br publicará a conversa na íntegra.