segunda-feira, 25 de março de 2013

Com base, sem estilo


A defesa escalada por Felipão contra a Rússia era base do trabalho de Mano Menezes.
Júlio César foi o goleiro mais escalado pelo técnico anterior.
Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo estavam sempre em campo. Some esses cinco a Neymar e Oscar e 7 dos 11 titulares serão conhecidos.
Os problemas estão nas outras quatro posições, indefinidas com Mano Menezes e também com Felipão. As quatro vagas definem o estilo de cada um.
Felipão nunca abriu mão de um centroavante. Fred é o nome.
Mano Menezes escolheu um ataque mais móvel, com Neymar centralizado, pertinho da grande área, por perceber que nos clássicos o Brasil perdia o controle do jogo.
Abrir mão de um centroavante significava ter mais um homem participando das ações no meio.
A lógica da escolha dos volantes também era o meio de campo mais forte.
Felipão prefere um cabeça de área, protetor dos zagueiros. Fernando é o cara.
Hoje, contra a Rússia, a seleção terá Fernando, Hernanes, Fred e Kaká nas quatro posições abertas.
Como Neymar joga por dentro, pouco atrás de Fred, Oscar e Kaká devem atuar abertos pelos lados do campo.
É provável que em alguns jogos o ponta direita seja Ramires, volante que já atuou assim tanto no Chelsea, quanto no Brasil de Dunga, campeão da Copa das Confederações, em 2009.
Com Ramires, o Brasil teve 61% de posse de bola na vitória por 3 x 0 sobre a Itália, em 2009.
Quinta passada, contra a Itália, teve 55% --a olho nu, pareceu bem menos.
Ramires com Fernando e Hernanes liberariam Oscar e Neymar, para se aproximarem de Fred.
De certo modo, era o que Felipão fazia em 2002, com Edmílson, Kléberson e Gilberto Silva marcando, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Rivaldo na criação.
Além de consagrado, o trio do penta era experiente.
Voltamos ao maior problema da seleção atual: o excesso de juventude. Procura-se um lateral mais seguro do que Daniel Alves? Maicon não está bem. Estuda-se se Kaká ou Ronaldinho podem vestir a camisa 10? Ela é de Oscar, 21 anos apenas.
Neymar não está na lista dos cinco melhores do mundo e não se encontra gente de sua idade nessa relação. Kaká é contraponto para essa inexperiência. Mas não deixa o time seguro como Felipão gosta.
O rival de hoje é bom.
A Rússia é dirigida por Fabio Capello há sete jogos, teve cinco vitórias e dois empates. Joga no 4-3-3 e está invicta. Se o Brasil vencer não vai acabar com o jejum de vitórias em clássicos, porque a Rússia não é grande. Mas ganhar é bom.
Pode dar clareza sobre o que Felipão vai fazer com as quatro posições vazias, para tornar o time confiável até a Copa das Confederações.
PROBLEMA
Renato Augusto vinha sendo o grande articulador do Corinthians. Sua lesão gera um problema para Tite. Ninguém cria tão bem quanto o ex-Bayer Leverkusen. Nem Paulinho, também lesionado. Com Pato também machucado, a boa notícia é que Émerson recupera aos poucos sua melhor forma.
BOA NOTÍCIA
Brunoro e Gilson Kleina deixaram claro para o lateral Juninho que não desejam que ele deixe o Palmeiras. A conversa parece ter lhe dado mais segurança. Juninho é um dos que evoluem a cada jogo no time. Está mais tranquilo e jogando de modo mais parecido com o primeiro semestre de 2012.