terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Do "Eu nunca vou te abandonar" para o "Bando de Loucos", surge o novo corintiano







Alessandro ergue a taça do Mundial de Clubes: Corinthians bicampeão
Alessandro ergue a taça do Mundial de Clubes: Corinthians bicampeão
Felipe, Eduardo Ratinho, Chicão, William e André Santos (Everton); Bruno Octávio, Perdigão, Alessandro e Marcel (Dentinho); Acosta (Lulinha) e Finazzi. Esse foi o time que o Corinthians mandou a campo no Morumbi para enfrentar o Guarani, em 17 de janeiro de 2008, diante de 29.037 torcedores, na estreia do Campeonato Paulista. Foi a primeira partida da era que modificou para sempre a história do Timão.

Após ser rebaixado no Brasileirão do ano anterior, o Corinthians, já sob o comando de Andrés Sanchez, promoveu uma enorme reformulação no clube. Não apenas no futebol, que viu a chegada de Mano Menezes e diversos reforços, mas na mentalidade de se trabalhar. O alvinegro do Parque São Jorge percebeu que não poderia seguir vivendo apenas da raça e da tradição. Era preciso se profissionalizar, e se profissionalizou como poucos clubes conseguiram.

Naquela noite de quarta-feira, há cinco anos, ninguém no Corinthians poderia imaginar que em tão pouco tempo o time estaria no topo do mundo novamente. Ninguém poderia sonhar com uma temporada tão histórica como a de 2012. O fim dos traumas.

E entre todos os possíveis incrédulos com essa situação, dois aparecem na escalação mais acima. Se Gamarra é o melhor zagueiro da história do clube, Chicão surge como o goleador e maior vencedor. De incontestável, chegou a parar no banco, se recusou ir para uma partida e deu a volta por cima. E Alessandro? Fala sério, Alessandro! Pouca gente se lembra, mas o capitão da Libertadores e do Mundial foi contratado a pedido de Mano Menezes para atuar no meio-campo, e se tornou um dos laterais-direitos mais importantes da história do clube... Aliás, costumo brincar que Alessandro é o melhor pior lateral-direito da história do Corinthians.

A lista de reforços para o início da temporada de 2008 mostra também como o status do clube mudou. Perdigão, William, Chicão, Cristian Suárez, Valença, Rafinha, Acosta, Lima, Herrera e Marcel foram os escolhidos à época. Hoje, o Timão projeta 2013 com Dedé, Renato Augusto e Alexandre Pato, além da manutenção de Cássio, Ralf, Paulinho, Danilo, Emerson, Guerrero e companhia, todos treinados por Tite.

Todo o sucesso corintiano não veio por acaso. Ao lado do clube, neste período de cinco anos, esteve a torcida sempre. Certa vez ouvi de um torcedor rival a seguinte crítica ao "Eu nunca vou te abandonar": "Ué, mas não tem que ser assim com toda torcida?". Sim, deveria, mas não é. Principalmente no Brasil, onde a cultura de ir ao estádio somente nos bons momentos predomina.

Aproveitando, as torcidas rivais gostam de criticar as diversas e variadas ações de marketing do Corinthians, mas deveriam cobrar de seus clubes criatividade e iniciativa nessa área. É inegável o sucesso desse departamento no alvinegro. Basta ver os números alcançados desde 2008 com os contratos publicitários e de fornecimento de material esportivo, além das vendas de camisas. Não esqueçam Ronaldo.

O Corinthians sempre foi muito grande, mas era principalmente por causa da sua torcida. Deixou o folclore de lado e se tornou gigante, gigante por causa do "bando de loucos" e dos títulos - que surgiram intensamente, é preciso registrar, a partir do final dos anos 1990. No final das contas, fico curioso para conhecer logo os próximos anos. Serão anos novos para os corintianos. Anos de pouco sofrimento, pouca gozação, um estádio, muito dinheiro e tudo conquistado. Será a era do novo corintiano.
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Agência Estado
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