terça-feira, 23 de outubro de 2012

Seis pontos sobre o jogaço Atlético-MG 3x2 Fluminense, o melhor do campeonato

- Foram 28 finalizações contra cinco – 11 a 3 na direção da meta. Com posse de bola equilibrada. No primeiro tempo sem gols, foram 14 contra apenas uma (6 a 0), com apenas 44% de tempo de posse(Footstats). Impressiona a intensidade e a verticalidade do Atlético-MG de Cuca, especialmente dentro de casa;

- Também chama a atenção a “dependência” tricolor das defesas de Diego Cavalieri, disparado o melhor goleiro do Brasileiro. O Flu sofreu apenas 24 gols no campeonato, é a defesa menos vazada. Mas cruzando os dados com as 113 intervenções de Cavalieri - sem contar as bolas nas traves, que foram três no Estádio Independência – é impossível não questionar a solidez do sistema defensivo da equipe de Abel Braga. O Flu marca de forma organizada e compacta, mas cede oportunidades demais aos adversários;

- Jean fez falta ao Fluminense. Com Diguinho, perdeu a saída de bola qualificada, a boa chegada à frente e o entrosamento com Edinho. Quem mais sentiu a ausência foi Deco, bem marcado e sem o volante para desafogá-lo. Thiago Neves tentou auxiliá-lo na armação, mas Pierre e Leandro Donizete estavam atentos no combate;

- Com o Flu no 4-3-1-2 em vários momentos, Cuca prendeu Júnior César, abriu Leonardo Silva na cobertura e liberou Marcos Rocha como ala para bater com Carlinhos e fazer dupla com Guilherme, depois Neto Berola pela direita. Deu certo ofensivamente, o Galo criou muito.

Quando o time virou o jogo, porém, o lateral não soube compor a linha de quatro atrás e falhou no gol de Fred, 100º do artilheiro pelo Flu, permitindo a ultrapassagem e o centro de Carlinhos. Com tanta vocação ofensiva e intensidade, o time mineiro expõe demais a zaga. No gol de Wellington Nem que abriu o placar, retaguarda totalmente descoordenada e Pierre perdido na cobertura;

Olho Tático
Marcos Rocha liberado para apoiar no 4-2-3-1 atleticano e T.Neves mais centralizado no meio do Flu.
Marcos Rocha liberado para apoiar no 4-2-3-1 atleticano e T.Neves mais centralizado no meio do Flu.

- Mas quando Ronaldinho e Bernard estão ligados e encontram Jô como referência na frente do 4-2-3-1, o futebol atleticano flui. O centroavante marcou dois gols e a dupla de meias-atacantes desequilibrou com movimentação, dribles e três assistências. A decisiva do camisa 49, sempre criticado por desaparecer em jogos importantes, para Leonardo Silva nos descontos, com times muito mexidos e a técnica e e a tática dando lugar à fibra e à alma;

- A grande notícia dos 3 a 2 em um jogaço eletrizante, o melhor do campeonato, é que o futebol voltou a ser o protagonista. A arbitragem mais uma vez tentou complicar e ser o centro das atenções, com a polêmica anulação do gol de falta de Ronaldinho no primeiro tempo e outras decisões para lá de questionáveis. Mas felizmente a disputa esportiva venceu. Melhor assim. Sempre.