Poucas reações são tão pessoais quanto a maneira de lidar com a perda de alguém próximo. Podem ir da ira à resignação, às vezes dependendo do quanto a perda era ou não esperada. Simplesmente não há como fazer um julgamento. Quando acontece a um esportista antes de uma competição, o normal è deixá-lo à vontade para decidir o que fazer.

Lucho González decidiu tirar da dor a força e competir. O argentino do Porto, informado da morte de seu pai horas antes do confronto com o Dinamo Zagreb, pela primeira rodada da Champions League, foi a campo e ainda marcou o primeiro gol na vitória por 2 a 0. Na comemoração, apontou para o céu os dois dedos indicadores.

A história de Lucho remete à de Maurine, a jogadora da seleção brasileira feminina que viveu situação semelhante durante os Jogos Pan-Americanos de 2011 e fez um gol decisivo contra o México. E à dos irmãos Schumacher, que perderam a mãe antes do GP de San Marino, em 2003, e voltaram do funeral para participar da prova. Michael venceu.

"Tinha lhe dito que ia marcar um gol", declarou um emocionado Lucho na zona mista. "Quando soube da notícia falei com os dirigentes e com o treinador, que me deram todo o apoio". O técnico Vítor Pereira disse ainda que o argentino "é um profissional dez estrelas", enaltecendo a valentia e o caráter demonstrados pelo meio-campista na partida.

Economia porca - Ao empatar por 0 a 0 com o Anderlecht em sua estreia, o Milan completou três partidas oficiais em casa sem marcar nesta temporada. As vendas de Ibrahimovic e Thiago Silva, ambos goleadores na fácil vitória do Paris Saint-Germain sobre o Dynamo Kiev, terminaram por desiludir o torcedor e afastá-lo da equipe.

A venda de carnês para a temporada da Serie A fechou em 23.618, o pior registro da era Berlusconi. E a partida pela Champions nesta terça levou apenas 27.593 torcedores a San Siro, um número que em melhores épocas não seria visto nem em partidas pela Copa da Itália.

A construção de jogo dos rossoneri simplesmente não existe. É verdade que algumas falhas são antigas e eram mascaradas pela capacidade de Ibrahimovic em resolver os jogos. Mas impressiona a completa falta de jogadores de meio-campo capazes de tocar a bola e não apenas correr com ela. Não parece ser a volta de Robinho e Pato suficiente para dar novo ânimo à equipe.

Embora o técnico Massimiliano Allegri tenha uma difícil tarefa nas mãos após o pobre mercado, também é se questionar a falta de tentativas de encontrar variações táticas. Com a opção de Pazzini, é fundamental ter jogadores caindo pelos lados para servi-lo, uma possibilidade que seu esquema não oferece.

O fato é que as receitas de bilheteria já começaram a cair, e as próximas podem ser os prêmios da Champions. Que tipo de economia é essa, afinal?