Gazeta Press
Alvo do Palmeiras, Gilson Kleina não deve ser liberado pela Ponte
Gilson Kleina deixa a Ponte para ser o novo técnico do Palmeiras

Sem acerto com Falcão, por causa do alto salário, o Palmeiras voltou a pensar em Gílson Kleina na tarde de ontem, negociou durante a noite e vai anunciar a contratação de seu novo técnico na quarta. Já é garantido: Kleina é o novo treinador. No fim da noite, o acerto só dependia da liberação do treinador e este precisava conversar com o clube de Campinas para assinar contrato na capital. Acertou os últimos detalhes da rescisão com a Ponte na manhã de hoje e seu contrato com o Palmeiras será até o final de 2013.

Chegou-se a afirmar que Kleina já havia recusado o convite palmeirense depois da afirmação do presidente da Ponte, Márcio Della Volpe, de que não aceitaria a saída de seu treinador. Não foi assim. Kleina só foi procurado para acertar as bases na tarde de terça. Ele é o técnico.

Seu nome foi cotado desde o anúncio da demissão de Felipão, mas sempre com ressalvas. Eis o principal problema: cada nome perguntado pelo presidente Arnaldo Tirone sempre contava com uma corneta alta. Nenhum era unânime.

A convicção negativa dos que conversavam com o presidente ia ao encontro da falta de convicção do dirigente mais poderoso. Por isso, a escolha demorou. Na sexta-feira, o procurado foi Jorginho. Com a recusa do ex-auxiliar de Muricy Ramalho, um telefonema para Carpegiani seguido por um não.

Veio o nome de Kleina, mas sem convicção. A ideia de Falcão foi trabalhada desde o sábado. "Ele não considerou um risco, porque arriscada é a vida de treinador a partir do momento em que consegue um emprego. Qualquer emprego", disse um velho amigo de Falcão na manhã de terça.

Mas o salário foi o entrave. "Os técnicos estão usando como parâmetro o valor recebido pelo Felipão", chegou a observar o presidente Tirone. Considerou-se o nome de Cristóvão. Mas sempre com cornetas altas no Palestra Itália. Por isso, Gílson Kleina voltou a ser considerado.
Por isso, ele é o nome escolhido para tentar tirar o Palmeiras do rebaixamento.

Kleina assina contrato até o final de 2013, mas sabe não ter garantia total em caso de rebaixamento. Outro problema para garantir sua permanência é a eleição de janeiro para presidente do Palmeiras. Nesse caso, nenhum treinador teria garantia. Na Ponte, seu contrato também se encerraria em dezembro. Esse foi um dos motivos para o técnico considerar a proposta do Palmeiras diferente da que recebeu do Fluminense ano passado. Daquela vez, seria interino até a chegada de Abel, com quem trabalhou como auxiliar no Coritiba, Atlético Mineiro e Olympique de Marselha. Agora, não. Tem uma chance concreta de emplacar carreira em clubes grandes.

OPINIÃO
KLEINA NÃO É O CARA INCONTESTÁVEL!
LUXEMBURGO, MURICY E FELIPÃO ERAM.
IMPOSSÍVEL CONTRATAR GÍLSON KLEINA E TER CERTEZA DE QUE EVITARÁ O REBAIXAMENTO E MONTARÁ A EQUIPE PARA 2012, UMA DE SUAS RESPONSABILIDADES. O MELHOR NOME SERIA O DE JORGINHO, PORQUE O IMAGINÁRIO PALMEIRENSE CONSIDERA QUE O INTERINO DE 2009 SERIA CAMPEÃO SE MURICY NÃO FOSSE CONTRATADO. COMO JORGINHO NÃO VEIO, CARPEGIANI, FALCÃO, CRISTÓVÃO, TODOS SERIAM NOMES INCERTOS. MEU NOME ERA ADÍLSON BATISTA, POR TER TIRADO TRÊS TIMES DO REBAIXAMENTO, ENTRE ELES O GRÊMIO, DEZ PONTOS AFUNDADO EM 2003. MAS ADÍLSON É REJEITADO POR DEZ ENTRE DEZ PALMEIRENSES, TANTO DIRIGENTES QUANTO TORCEDORES.
POR TUDO ISSO, A MISSÃO É DE GÍLSON KLEINA, BOM TREINADOR, DE BONS TRABALHOS NO CRICIÚMA, PARANÁ E PONTE PRETA, APESAR DE UMA DAS PASSAGENS PELO PARANÁ CLUBE, EM 2007, EM QUE ASSUMIU EM QUINTO E ENTREGOU EM DÉCIMO-QUINTO, NO ANO DO REBAIXAMENTO. CABE A ELE USAR AS TREZE RODADAS NO PALMEIRAS COMO TRAMPOLIM PARA SE TORNAR UM NOME DE PRESTÍGIO. COMO AQUELES RECENTES, QUE NÃO DERAM O RESULTADO SONHADO NO PALMEIRAS.

QUEM É GILSON KLEINA
1999 a 2001 -
 AUXILIAR TÉCNICO DE ABEL BRAGA NO CORITIBA, ATLÉTICO MINEIRO E OLYMPIQUE DE MARSELHA
2001 - Vila Nova (GO)
2002 - Iraty (PR)
2003 - Criciúma - 14o colocado na Série A do Brasileirão
2004 - Paraná - 15o colocado na Série A do Brasileirão (16 jogos)
2005 - Cianorte, Paysandu, Coruripe
2007 - Paraná (8 jogos, pegou em 5o lugar, entregou em 15o lugar - time foi rebaixado em 19o sob o comando de Saulo de Freitas)
2008 - Vila Nova (GO)
2009 - Duque de Caxias (RJ) e Boavista (RJ)
2010 - Ipatinga e Duque de Caxias
2011 e 2012 - Ponte Preta (classificou a Ponte para as quartas-de-final do Paulistão em 2011 e para as semifinais em 2012. Terceiro colocado da Série B, campanha que promoveu a Ponte Preta à Série A após cinco temporadas na Série B. Deixa a Ponte Preta em 11o lugar, posição do Palmeiras na Série A de 2011).