quinta-feira, 17 de maio de 2012

WCT Rio - John John dominou na Barra

Em seu ano de estréia no WCT John John Florence deixou claro: Não tem medo de ninguém.


VIDEO: A final do WCT RIO e a vitória de John Florence

Chave da cidade. Não exatamente isso, mas  John Florence levou o troféu do Rio para casaFoto: Aleko Stergiou/ESPN
A maratona de bateria, que teve início nas esquerdas do Arpoador chegou ao seu auge nas ondas do Postinho, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro foi a terceira etapa do ASP World Tour 2012, o Billabong Rio Pro.
Ao vencer pela primeira vez uma etapa na elite o havaiano Jonh Jonh Florence foi catapultado à 5ª colocação no ranking que tem agora Joel Parkinson como líder.
Foi justamente Joel, tetra vice campeão mundial, que sucumbiu diante do surf eficiente do havaiano de 19 anos. Florence veio demolindo baterias com sua técnica apurada nos tubos e aéreos diversificados.
Hoje ele passou por Julian Wilson, Josh Kerr e Parko. “Esse é o melhor sentimento do mundo. Tive aquela bateria ruim no Arpoador e alguns dias sem competição, daí, tive tempo de ficar pensando sobre isso. Nem posso acreditar. Estou em choque. Eu simplesmente mantive meu plano, sem pensar nos outros caras. Estou muito feliz”, declarou o campeão.
John John venceu sua primeira etapa de WCT, mas muita gente já esperava por isso. Aos 12 anos ele já era capa da famosa revista americana Surfer, no ano seguinte foi o mais jovem competidor a entrar na Tríplice Coroa Havaiana de Surf [Triple Crown], vencendo o icônico circuito de 3 etapas no North Shore [Havaí] aos 19 anos. Ele é bicampeão do Volcom Pipe Pro, venceu o Backdoor Shootout e fez final com Kelly Slater no Pipe Master. Nas tubulares ondas da Barra era fácil imaginar que ele seria destaque.
John John Florence
John John Florence abusou da sequência tubo + aéreo para vencer sua primeira etapa entre os Tops.
Mineiro foi um dos sujeitos que mais se adaptou  às condições momentâneas do mar.Foto: Aleko Stergiou/ESPN
SURF COMPLETO
Florence iniciou a final mandando um aéreo 360 de backside. Fez 9.10 e alguns minutos depois, numa direita, entubou e finalizou a ondinha com um reverse capotado [7.27] que deixou Parko precisando de duas ondas para alcançá-lo. Nos 10 minutos finais Joel saiu da “combi” com louvor, num tubo mais longo que o de Florence, seguido de uma paulada na junção. Fez 8.27 e ficou precisando de uma nota menor que essa para virar a bateria.
O problema é que não havia muitas ondas. O que mais chamou a atenção foi a frieza com que ele encarou Joel. Havia feito o mesmo na semifinal com Josh Kerr e seus aéreos. Josh havia passado por Adriano de Souza, nas quartas, voando alto.
Mas Florence, em menos de 1 minuto, pegou dois tubos em ondas que pareciam ter se perdido das séries de ontem e chegaram hoje, só para ele. Fatura fechada. Como disse Joel: “Ele é o tipo de cara que atrai ondas boas”. Florence mostrou que tem muito mais sangue frio do que Julian. Ele já havia vencido o australiano de virada no 5º round e o deixou apavorado, diante das duas melhores ondas logo no início da quarta de final.
  
 
                Ele é o tipo de cara que atrai ondas boas
 
  
--Joel Parkinson ao comentar sobre John Florence
Alejo Muniz foi eliminado em uma bateria com poucas oportunidades Foto: Aleko Stergiou/ESPN

MINEIRO E ALEJO FICARAM NAS QUARTAS
Falando nas quartas. Mineiro foi um dos sujeitos que mais se adaptou às condições momentâneas do mar a cada bateria. Táticas corretas, técnica perfeita. Único a fazer um dez, num tubão.
Ele disse ter sido a melhor onda que já pegou no Brasil, mas o aéreo de Josh kerr terminou a jornada de Adriano rumo ao bicampeonato na Barra.
Nessa mesma fase Alejo Muniz, que fez um belo papel, perdeu por 16.57 a 5.90 para Mick Fanning numa bateria de poucas oportunidades.
Esse evento teve muitos resultados assim por conta da quantidade ou qualidade das ondas.
Placares com grande diferença entre o vencedor e o perdedor. Mick perderia depois para Joel, numa semifinal bem apertada. Alejo quartas
Público curtindo a competição na Barra da Tijuca Foto: Aleko Stergiou/ESPN
VALEU O INGRESSO Continuo achando que o formato de competição, com dois rounds de no losers, estica muito o tempo necessário para chegarmos às finais. Não fosse assim poderíamos ter visto essas baterias de hoje nos tubos, muito melhores, de ontem.
Esperar mais de 3 dias seguidos com boas ondas é forçar a barra, sem trocadilho. Mas o show foi ótimo, com mais tubos do que aéreos, como poderíamos supor.
Em alguns cilindros e cavernas vi lampejos de Backdoor e flashbacks de Snapper. A nova geração mostrou suas garras mais uma vez. Julian e Alejo também são da turma de 2011 e a maior premiação do ASP World Tour 2012 [100 mil dólares] está na conta de “JohnFlo”. “Isso me dá muita confiança.
Tenho muita confiança quando vou para eventos que tem tubos como Pipeline. Não estava esperando um grande resultado aqui”, disse Florence que, assim como tantos outros atletas, ficou surpreso com os tubos da Barra.
Ele agora deve estar ansioso pelo começo da próxima etapa em Fiji e suas esquerdas extra tubulares. A galera que se cuide.





Resultado da final do Billabong Rio Pro - 16,37 x 11,44 pontos:
Campeão: John John Florence (HAV) com notas 9,10 e 7,27 - US$ 100.000 e 10.000 pontos
Vice-campeão: Joel Parkinson (AUS) com notas 8,27 e 3,17 - US$ 40.000 e 8.000 pontos
Joel tomou a liderança do ranking: "É sempre bom ser o número um, é uma boa sensação, mas ainda é muito cedo e temos muitas etapas pela frente para pensar em título", disse Joel Parkinson. "Claro que eu queria muito ter vencido a final, mas estou feliz porque tenho conseguido resultados consistentes e isso é muito importante na briga pelo titulo. Esses dois últimos dias aqui no Postinho foram incríveis. Tivemos tubos, aéreos, ondas para manobras, foi insano. Terça-feira o mar estava "cabuloso" e foi bom vir para o Brasil e encontrar essas ondas tão boas aqui".
Joel Parkinson
Joel Parkinson, um cara que mantem o estilo, mesmo quando perde. Foto: Aleko Stergiou/ESPN
Semifinais – 3º lugar - US$ 20.000 e 6.500 pontos:
1ª: Joel Parkinson (AUS) 15.83 x 15.00 Mick Fanning (AUS)
2ª: John John Florence (HAV) 17.94 x 11.86 Josh Kerr (AUS)


Quartas de final – 5º lugar - US$ 15.000 e 5.200 pontos:
1ª: Joel Parkinson (AUS) 13.90 x 12.60 Tiago Pires (PRT)
2ª: Mick Fanning (AUS) 16.57 x 5.90 Alejo Muniz (BRA)
3ª: John John Florence (HAV) 14.94 x 9.43 Julian Wilson (AUS)
4ª: Josh Kerr (AUS) 17.10 x 14.27 Adriano de Souza (BRA)


TOP-22 do ASP World Title Race 2012 – depois da etapa do Brasil:
1º: Joel Parkinson (AUS) - 19.700 pontos
2º: Mick Fanning (AUS) - 18.250
3º: Josh Kerr (AUS) - 18.200
4º: Adriano de Souza (BRA) - 17.200
5º: Taj Burrow (AUS) - 15.750
5º: John John Florence (HAV) - 15.750
7º: Jordy Smith (AFR) - 15.700
8º: Kelly Slater (EUA) - 13.700
9º: Jeremy Flores (FRA) - 12.250
10: Owen Wright (AUS) - 12.150
11: Julian Wilson (AUS) - 9.700
12: Michel Bourez (TAH) - 8.500
13: Adrian Buchan (AUS) - 7.450
13: Tiago Pires (PRT) - 7.450
15: Heitor Alves (BRA) - 6.250
15: Brett Simpson (EUA) - 6.250
15: C. J. Hobgood (EUA) - 6.250
15: Miguel Pupo (BRA) - 6.250
19: Alejo Muniz (BRA) - 6.200
19: Kai Otton (AUS) - 6.200
21: Travis Logie (AFR) - 5.250
21: Bede Durbidge (AUS) - 5.250
Outros brasileiros:
23: Raoni Monteiro (BRA) - 4.000 pontos
29: Gabriel Medina (BRA) - 2.750
29: Jadson André (BRA) - 2.750
36: Willian Cardoso (BRA) - 500

[ ]´s + (_ (__ (___ + PAZ > FUN
EdiMilk

John John Florence
John John, por dentro ou por cima é um talento ascensão. Foto: Aleko Stergiou/ESPN
Joel Parkinson
Joel Parkinson perdeu a final mas ganhou a liderança do ranking. Foto: Aleko Stergiou/ESPN