segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Chelsea e o Brasil

Palavra de Mano Menezes: a seleção que se pretende formar para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de Londres tem muito mais a ver com o estilo do Bayern do que com a vitória do Chelsea, na decisão da Liga dos Campeões. Não, é claro que nem Mano Menezes nem a CBF planejam a derrota. A frase do técnico foi dita horas antes da decisão e é fiel à verdade.

Na briga de estilos entre os times de posse de bola, como o Bayern e o Barcelona, e os de contra-ataque, como o Chelsea, há um motivo evidente para escolher os primeiros: "Além de ser nossa característica, vamos jogar uma Copa do Mundo em casa e é natural que os adversários nos obriguem a dar o ritmo das partidas'' diz Mano.
A seleção é só uma parte pequena do que o Brasil precisa apreender de finais europeias, como a de sábado. Na Europa, joga-se em espaços mais curtos, marca-se mais à frente - até mesmo o Chelsea -, obriga-se a construir jogadas em centímetros.
É difícil definir exatamente até que ponto os espaços nas partidas disputadas no Brasil são maiores do que os europeus por desatualização ou característica da nossa cadência. O fato é que quem atua no Brasileirão, como Dedé, Neymar e Lucas, e pode chegar ao Mundial, tem de saber como manter a bola sob domínio quando tiver milímetros para sair da marcação.
Como o Brasil, a Itália discutiu nos últimos meses se seu estilo ainda é viável, levando em conta o tipo de jogo vencedor dos anos recentes, usado pelo Barcelona - e pelo Bayern. A vitória do Chelsea, do catenaccio, mostra que ainda é possível manter velhas características de cada país. Desde que se saiba jogar no espaço de um lenço.