terça-feira, 20 de março de 2012

Ronaldo "Fenômeno" na presidência da CBF? Não, muito obrigado

Ronaldo concedeu entrevista à Folha de S. Paulo. Nela, o maior artilheiro das Copas do Mundo avalia a gestão de Ricardo Teixeira na CBF entre 1989 e 2012 como "positiva". Mudanças imediatas no comando do futebol brasileiro? Ele não é favorável, sugere, inclusive, que só aconteçam depois de 2014.

O jornalista Fernando Rodrigues, que fez a entrevista, em determinado momento pergunta se existe conflito de interesses entre as atividades de Ronaldo como empresário e sua participação no Comitê Organizados Local (COL). A resposta é não.

O entrevistador insiste: "Mas e o fato de alguns eventuais clientes da 9ine serem patrocinadores da Copa? Não há conflito aí?" O ex-centroavante dá uma resposta no mínimo curiosa: "Não. E seria ótimo se algum cliente nosso entrasse realmente na cota Fifa porque isso quer dizer um faturamento maior para a gente também, dentro da legalidade".
Pode ser legal, mas não é moral. No cargo desde que foi empossado por Ricardo Teixeira, naturalmente Ronaldo tem acesso a informações privilegiadas sobre tudo o que envolve o COL. Digamos que o "Fenômeno" seja 100% honesto. Mesmo assim seria difícil explicar se o exemplo acima se tornar real. Quem será obrigado a acreditar na lisura de uma concorrência em tais circunstâncias?

Pega mal, mas o ex-jogador acha que tudo bem. Claro, afinal, para Ronaldo no futebol brasileiro está tudo bem após duas décadas, três anos e dois meses de Teixeira, seu ex-desafeto e nos últimos tempos bom amigo. Tanto que considera muito "cedo" para se colocar em prática a ideia da Liga. Cedo? Ela está no ar desde 1987, quando o Clube dos Treze foi criado.

Mais adiante, Ronaldo diz que aceitaria ser presidente da CBF. Com ideias como as que ele apresentou na entrevista à Folha, a minha resposta é não, obrigado. E a sua?




Trecho da entrevista de Ronaldo à Folha de S. Paulo
Trecho da entrevista de Ronaldo "Fenômeno" à Folha de S. Paulo