terça-feira, 20 de março de 2012

Corinthians nega que fundo seja dono de estádio, mas oposição vê propaganda enganosa

A oposição corintiana planeja um movimento junto a torcedores para protestar contra a diretoria, além de analisar se pode ir à Justiça e ao Conselho Deliberativo do clube para pedir punição a dirigentes.
O motivo de revolta é a revelação feita pelo UOL Esporte de que documento assinado pelo vice-presidente do Corinthians, Luís Paulo Rosenberg, e entregue ao Ministério Público, mostra que um fundo imobiliário será o verdadeiro dono do Itaquerão. Isso até os alvinegros pagarem a dívida de R$ 740 milhões gerada pela construção da arena. Até lá, a Odebrecht seria dona da arena junto com o fundo.
“De quem é o estádio não se trata de opinião, é factual. O Timão é o dono. E eu não mandei carta alguma ao Ministério Público, estive lá explicando a complexa montagem financeira”, disse Rosenberg ao blog.
“A Odebrecht não é dona, ela só entra no fundo para cobrir eventuais inadimplências do Timão, que é o dono. As receitas do estádio é que são dadas como garantias”, completou o dirigente.
 Já a oposição afirma que irá ao Ministério Público para obter detalhes da situação. E lembra que o projeto do Itaquerão foi aprovado com Rosenberg e o então presidente Andrés Sanchez afirmando que o Corinthians seria o único dono.
Os opositores, que pedem para não terem seus nomes divulgados, alegam que a novidade é a prova de que houve propaganda enganosa para a aprovação do projeto. Os mais exaltados falam em “estelionato eleitoral”, já que o fato de o Corinthians ter a casa própria foi um dos principais pontos da campanha do novo presidente, Mário Gobbi.
Dentro do grupo opositor, porém, há quem acredite ser difícil alguma medida contra a diretoria. Isso porque tudo que possa parecer contrário ao estádio é impopular e pode despertar a ira da torcida.
Pensando nisso, líderes oposicionistas falam num abaixo assinado de torcedores pedindo explicações à cúpula corintiana, já que a torcida teria sido a maior enganada com a suposta propaganda traiçoeira.