segunda-feira, 26 de março de 2012

O dobro ou nada


Uma voz corintiana respondeu, na sexta-feira, que o Corinthians se parece mais com o Real Madrid do que com o Barcelona. A pergunta era se o time de Tite tem características do Barça, como a marcação por pressão. Falava-se também sobre a armação de jogadas quase sempre começar por um volante, Paulinho. "O Corinthians é mais Real Madrid." A sentença prosseguiu com a lembrança de que o Corinthians não constrói gols de posse de bola, saindo da defesa até a área adversária, como o Barça. Ou como fez o Palmeiras, na jogada do primeiro gol.
O Primeiro tempo foi difícil para Tite, seu time não conseguia roubar bolas no ataque. Aos 18, Emerson tentou o bote e Juninho saiu da defesa até o campo ofensivo, deu a Valdivia e dele a Assunção (veja ilustração): 1 x 0. Daí em diante, não pense que o Corinthians ganhou o clássico apenas usando a arma do rival - duas cobranças de falta laterais, dois gols. Mais importante do que as faltas foram as jogadas de Paulinho. Era dele a responsabilidade de combater Assunção, quando ia ao ataque e do volante do Palmeiras a missão de parar o pulmão do Corinthians. Assunção é, muitas vezes, a solução. Impossível tirá-lo da equipe.
Impossível também devolver a ele o vigor dos 20 anos, quando tem quase 36. Paulinho é, hoje, o melhor volante do futebol brasileiro e o único jeito de diminuir sua importância é ter alguém que o persiga desde a saída para o ataque. Pedir isso Valdivia? Também não dá.
A vitória só não foi melhor para o Corinthians, porque alguém ainda pode reclamar que o time fez um gol só - o outro foi contra. Melhor dizer que a equipe ganha os jogos que importam, como o de ontem. Para virar o clássico era preciso fazer o dobro do 1 x 0 de cada dia. Paulinho ajudou a fazer isso.