quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quem tem medo de empresário? Parceria não assusta surpresa 2011

Sensação do Campeonato Brasileiro, o Figueirense quase foi parar na Copa Libertadores 2012. Faltou pouco. Seria o sucesso do time na parceria com empresários que colocam jogadores no elenco catarinense, especialmente Eduardo Uram, dono da Brazil Soccer. Dos 25 jogadores que o Figueira apresentava em seu site oficial como integrantes do elenco no Brasileirão, 16 tinham algum tipo de vínculo com o agente e sua empresa, a Brazil Soccer.

Diretor Executivo de futebol do clube desde março de 2010, Marco Moura Teixeira era preparador físico e é sobrinho de Ricardo Teixeira (sim, o presidente da CBF, ele mesmo). E garante que o Figueirense não vai seguir o caminho de Paraná e Avaí, que fecharam parcerias com outro empresário, Luiz Alberto da LA Sports, alcançaram o sucesso e depois voltaram à segunda divisão.

Por que os clubes têm que fazer esse tipo de acordo com os empresários?
Hoje em dia todos os clubes estão nessa situação, seja pequeno, grande ou médio, Figueirense, Flamengo, Corinthians, é tudo igual. E eles são muito mais organizados do que os clubes, as Confederações e as Federações. Nos clubes, na grande maioria, é cada um por si.
Mas são parcerias arriscadas, times que obtiveram êxito caíram...
Aí depende de como se resolve a coisa, depende do clube. Temos que amarrar os contratos de maneira que prevejam todas as possibilidades. Como você fecha contrato com jogador quando sabe que não tem recursos para contar com ele em definitivo, mas ainda assim quer tê-lo por um período? Sem recursos para bancar a permanência, faz-se um contrato por determinado período. Outros têm contrato prevendo participação ou compra. Há casos em que temos a opção pela prorrogação de contrato, aquisição de direitos, você pode tentar trazer esses jogadores para seu controle.

E casos de jogadores como Wellington Nem, que pertence ao Fluminense?
É a melhor relação custo-benefício. O jogador veio por um valor baixo, foi útil, se destacou e volta ao Fluminense valorizado. Bom para todo mundo. Quer melhor do que isso?
Mas nesse caso o Figueirense não tem com mantê-lo...
Sim, mas ele nos foi útil por um determinado período e por custo baixo. No ano passado, na campanha do acesso da segunda para a primeira divisão, tínhamos jogadores se destacando como William, campeão brasileiro pelo Corinthians, Roberto Firmino, hoje no Hoffenheim, João Felipe, agora no São Paulo, e Lucas, que foi para o Botafogo. Mas em 2010, sabíamos que eles dificilmente ficariam, então nos prevenimos. E montamos um time ainda melhor em 2011. É uma questão de organização e prevenção.
Como você define essa parceria com Eduardo Uram?
Temos acordos com vários empresários. Alguns atletas não eram agenciados pelo Uram e passaram a trabalhar com ele depois que vieram para o Figueirense, muitas vezes após recomendações dos próprios atletas. Um indica para o outro. O fato é que o Figueirense não tem condições de trazer alguns jogadores de certa qualidade com os próprios recursos e a parceria com a Brazil Soccer é diferenciada porque eles investem e nos trazem atletas que desejamos ter e estão acima das nossas possiblidades.
E o empresário, ganha o que com isso?
Ganha parceria de um clube bem organizado, que paga em dia, tem bom ambiente, fica numa cidade para onde jogadores querem vir, ou seja, um parceiro com gestão bem feita. É uma via de duas mãos. De maneira nenhuma enxergo como prejudicial e hoje é impossível fazer um trabalho bom sem essas parcerias, teve o Carlos Leite no Corinthians, o Jorge Machado nos times do Rio Grande do Sul... Eles são parte do processo, não são prejudiciais.
E os casos de Paraná e Avaí, que fizeram sucesso e caíram?
Temos um nível de organização que nos protege disso. Muitos desses clubes de alguma maneira terceirizaram o futebol, a formação de atletas, e isso gera muitos problemas. O Figueirense tem domínio de sua base em 100%. Da mesma forma não podemos ter contratos que permitam a saída de jogadores em momentos nos quais não queremos liberá-los. Eles só saem antes de for do interesse do Figueirense. Sem isso os clubes ficam sujeitos a desmontes, não têm controle do processo.

O tempo dirá se a tese do dirigente do Figueirense é a correta. E você, o que pensa a respeito do crescimento cada vez maior da participação de empresários nos clubes do Brasil e também do exterior?

A Brazil Soccer no Figueirense/2011*:
Wilson
Roger Carvalho
Bruno
Juninho
Jônatas
Maicon
Elias
Wellington Nem
Júlio Cesar
João Paulo
Pablo
Coutinho
Jackson
Pittoni
Aloísio
Rhayner

* Jogadores de alguma forma vinculados a Eduardo Uram


Marco Moura Teixeira recebe Branco, técnico do time para 2012

Marco Moura Teixeira recebe Branco, técnico do time catarinense para 2012