segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ainda bem que Neymar não é do Corinthians…

Manja aquela história do “cada coisa em seu lugar”? Pois é. Lembrei disso ao ver entrevista de Andrés Sanchez ao Esporte Espetacular. O dirigente corintiano falou disto e daquilo, de seu time, seleção, Copa do Mundo, etc. Só faltou falar da crise do euro, do calote da Grécia e da queda do Berlusconi. Mas não deixou de falar de rivais.
 O cartola mais incensado do momento, e amicíssimo do dono da bola, cravou por exemplo que teria vendido Neymar. Ele disse que não desperdiçaria a chance, quando Barcelona e Real Madrid se dispuseram a despejar caminhões de dinheiro na Vila e mandaram advogados, médicos e sei lá quem mais pra cá na tentativa de vencerem a corrida e convencerem clube, rapaz e seus procuradores.
 A alegação de Sanchez é a de que havia muito dinheiro na parada e não poderia perder o trem, porque tem de sustentar a torcida dele e corria o risco de prejuízo adiante. Bom, em primeiro lugar continua a me soar estranho esse discurso messiânico de “sustentar torcida”, “não virar as costas para a nação” (quando aceitou o cargo de diretor de seleções da CBF), etc. Não gosto de papo de salvador da pátria. Parece coisa de ungido, eleito, ser especial e algo do gênero.
 Em segundo lugar, a estratégia para a permanência foi montada pelo Santos. E, salvo prova em contrário, não é uma turma de néscios e ignaros (otários, em linguagem popular) que está no comando do negócio. Não creio que Luis Alvaro Oliveira seria tonto de jogar notas de 500 euros pela janela. Por que não dar voto de confiança para o Santos?
O próprio Andres admitiu que o contorcionismo financeiro do Santos foi bacana e bom para o futebol brasileiro. Se a operação Neymar for bem-sucedida, é caminho para todos, incluído aí o Corinthians, que Sanchez prevê, para futuro breve, como um dos maiores do mundo. Então, por que tanto medo? Por costume, porque os cartolas daqui se acostumaram a ceder à primeira investida dos europeus. Por que não ousar e ter olhar diferente?
 Bom, ainda bem que Neymar não é do Corinthians e que Sanchez não preside o Santos. Está, portanto, cada coisa em seu lugar. Neste caso, supõe-se, para o bem do futebol