segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Paciência demais



O maior defeito do Corinthians na vitória sobre o América, quarta-feira, foi a pressa. Tite adiantou o time, que marcou por pressão. Mas com a bola recuperada, a pressa se transformava em passes errados e o contra-ataque do adversário era iminente, com a defesa corintiana avançada. Ontem, nos melhores momentos, o Corinthians teve paciência. Errou menos passes, apesar do gramado ruim, a precisão ajudou a criar jogadas como o passe de Alex para Paulinho sofrer pênalti ou o cruzamento de Fábio Santos que permitiu a Danilo chutar na trave.
Não foi suficiente para manter a liderança, por erros decisivos. O primeiro deles, anunciado, era a ausência de marcação sobre Cléber Santana. Paulinho acompanhava Kléberson, Ralf perseguia Marcinho, mas ninguém acompanhava Cléber Santana.
O segundo equívoco, a saída de bola errada de Welder, que entregou a Madson a bola com que invadiu a área para sofrer pênalti - Madson valorizou, mas a carga de Welder sobre as costas dá licença ao árbitro marcar o pênalti.
A má notícia para o Corinthians é a perda da liderança para o Flamengo. A boa é que Alex realizou sua melhor atuação desde que chegou ao Parque São Jorge. Por dentro, na linha dos três armadores, atrás de Willian, o centroavante no 1.º tempo, Alex deu passes precisos e foi responsável por diminuir a afobação da equipe.
Ao Corinthians, às vezes falta definição. Toca muito, decide pouco. Willian perdeu chance clara aos 21 do 1.º tempo. Ele joga melhor fora da área do que como centroavante. O mesmo vale para Émerson, reserva na primeira etapa por causa de um torcicolo, também deixou a torcida com saudade de Liedson. A paciência dos passes poderia significar vitória na Arena da Baixada se encontrasse, na grande área, o pé de um artilheiro. Como não havia, o Corinthians agora é vice-líder.
JOGADA ENSAIADA
Jogada ensaiada: receita da reação. A entrada de Henrique no meio de campo libera Arouca e protege a defesa. Repare como os elogios a Edu Dracena e Durval, na reta de chegada da Libertadores, viraram críticas nos últimos jogos. Time bom consagra zagueiro fraco, time ruim enterra zagueiro bom. O resultado prático: Arouca criou jogada de gol e a defesa não errou. Meio-de-campo com Arouca, Elano, Íbson e Ganso não dá!
Cruel é Ronaldinho. Jael jogou nove minutos no sábado, chutou uma bola na trave e fez o gol da vitória e da liderança. Mas a diferença, outra vez, foi Ronaldinho. Degraus abaixo da atuação contra o Santos e contra o Grêmio, o gaúcho fez o passe decisivo para Jael. Vanderlei Luxemburgo é líder isolado do Brasileirão pela primeira vez em sete anos.