segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Felipão venceu

Kleber saiu do primeiro tempo escancarando sua insatisfação com sua mudança de posição, forçada pela entrada de Fernandão, aos 33 minutos. "Vamos ter de inverter, o Valdivia e eu, porque na ponta é difícil para mim", disse o atacante. Seis minutos de jogo depois, o sétimo passe para gol oferecido por Marcos Assunção no Brasileiro encontrou Fernandão na grande área: gol da vitória.

A observação de Kleber estava certa. Felipão anda mesmo refém do sistema tático 4-2-3-1. Abre um homem de cada lado, na linha do armador Valdivia, e infiltra um único atacante. Normalmente é Kleber, que não faz gol no Brasileirão há dois meses. Daí a opção por Fernandão. Teimosia à parte, o sistema de Felipão funcionou. Há quem se irrite com as idiossincrasias do treinador. Ele queria um centroavante, recebeu Wellington Paulista - que não era seu preferido - escalou-o pelo lado do campo e dispensou-o sem que fizesse um gol sequer. Aconteceria situação semelhante com Fernandão e Ricardo Bueno, cornetavam. Pois Fernandão marcou em seu 18º minuto com a camisa do Palmeiras.
A vitória fechou a série de cinco rodadas sem vitória no campeonato e cinco clássicos sem ganhar do Corinthians. O resultado deveu-se à alteração, à jogada ensaiada do escanteio de Marcos Assunção, ao esforço de Luan e...
E à crise do Corinthians! Tite também é refém de seu sistema. Pretendia modificá-lo num pedaço do clássico, se tivesse Alex e Danilo à disposição. Não teve Alex, machucado, e Danilo, omisso. A vitória do Palmeiras deveu-se também à escalação de Wallace como lateral-direito. No primeiro tempo, o lateral improvisado falhou muito, pediu ao rival que fizesse gol por seu setor. Luan não conseguiu. Então, Wallace cedeu a Assunção o escanteio do gol de empate.
JOGADA ENSAIADA
Campeão do turno. A alternativa tática trabalhada nas últimas semanas no Corinthians é um
losango no meio de campo, com Ralf de primeiro volante, Paulinho à direita, Danilo como terceiro homem e Alex atrás de dois atacantes, Émerson e Liedson. Tite precisa mexer na forma de jogar da equipe, ter mais variação. Na história, o campeão do primeiro turno venceu o campeonato ou terminou em segundo lugar. O Corinthians corre o risco de ser a exceção.
Outro rival. Os cinco pontos que separam o líder do sexto colocado deixam todos na briga. O São Paulo perdeu a chance de terminar empatado com o Corinthians, ao sofrer o gol de Ganso, seu primeiro desde 30 de abril, quando marcou também no São Paulo. O Palmeiras tinha duas finais para entrar na briga pelo título. Precisava vencer o Corinthians e ganhar do Botafogo, no Rio, quarta-feira. É rival pela Libertadores. E até pela taça do Brasileiro.