
Maurício levanta o troféu (Foto: Arquivo Pessoal)
Afinal, seus filhos tiveram que ir junto e trocaram as categorias de base do Rubro-negro pelas do Barcelona e do Real Madrid e hoje são destaques da seleção espanhola sub-21, campeã europeia da categoria: Rodrigo Moreno, atualmente no Benfica, e Thiago Alcântara, pretendido por diversos gigantes europeus, mas com renovação milionária de contrato com o Barça. Antes de todo esse sucesso, no entanto, a dupla era responsável pela criação de jogadas do meio de campo do pré-mirim na Gávea. Hoje, jogam tanto no meio como no ataque de suas equipes e na seleção.
- Foi uma passagem bem rápida, tínhamos 12 anos na época, mas me lembro bem. Era categoria pré-mirim, ainda não tinha Campeonato Carioca, então jogávamos a Copa JS, que reunia os times do Rio de Janeiro. Foi jogada no instituto beneficente do Jorginho e vencemos a decisão por 1 a 0 contra o Vasco. Daquele time, acho que somente eu, Thiago e o Diego Maurício, que hoje segue no Flamengo, acabamos vingando - se lembra com carinho Rodrigo, em entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM.

- Me lembro muito bem deles. O Rodrigo, inclusive, fala comigo até hoje pela internet. Já eram dois jogadores de muita qualidade, diferenciados. Tínhamos certeza de que fariam sucesso rápido. Só que infelizmente eles acabaram saindo do Flamengo e foram para a Europa, hoje jogam com outra seleção, mas vai ser muito legal reencontrar o Rodrigo no Mundial. O Thiago não vai, mas também era gente boa, humilde, e merece todo esse sucesso que está fazendo - ressaltou o rubro-negro.
O filho de Adalberto mostra expectativa pelo reencontro com o ex-companheiro.
- Vai ser ótimo rever o Diego depois de tantos anos. Seria um encontro muito legal uma partida contra o Brasil, com ele do outro lado. Desejo toda a sorte do mundo a ele também, porque ele merece - observou Rodrigo.
Saída do Flamengo não foi planejada
Rodrigo e Thiago não deixaram o Flamengo por qualquer tipo de problema na base. O projeto dos pais na Espanha acabou forçando o adeus dos promissores meninos.
- A passagem deles pelo Flamengo foi rápida, em 2002, mas vitoriosa. Eles fizeram um teste no início do ano e logo passaram, entraram no time e se destacaram bastante. Ganharam a Copa JS, que curiosamente foi o único título do futebol do clube na temporada. Até o presidente na época mandou uma carta parabenizando e tudo. Mas acabamos os tirando do clube porque íamos viajar para a Espanha para implantar uma rede de escolas de futebol no país e não poderíamos deixar os meninos aqui - explicou Adalberto.
Já eram dois jogadores de qualidade, bem diferenciados. Tinha certeza de que fariam sucesso rápido"
Diego Maurício
- O time era Guilherme, André, Lucas, Wescley e Índio; Gabriel e Thiago, que jogava de volante na época, Juninho e eu. Na frente, era o Rodrigo e Diego Maurício. O Thiago era o grande craque do time, foi eleito o melhor jogador do campeonato, tinha muito talento com as duas pernas... Até hoje nos falamos pela internet - conta o jogador, com as palavras reforçadas pelo pai de Thiago, Mazinho.
- Ele chegou a ir ao Brasil, jogou no Flamengo, levei ele junto com o Adalberto (ex-jogador do Flamengo) e seu filho, mas não atuou em muitos campeonatos de grande porte e toda aquela geração de jogadores nascidos em 1991 não foi muito aproveitada. Do time dele, que me lembro, apenas o Diego Maurício acabou tendo chances - completou.