sexta-feira, 8 de abril de 2011

PM 'mata' o são-paulino Jason, mas ignora noite dos mascarados na Vila

Nada contra, ao contrário. Mas não deixa de ser interessante uma rápida viagem de trem-bala pelo túnel do tempo.

Em 2009, mais precisamente em 11 de agosto, a mídia informava em manchete: ‘Jason [campeão voltou] está com os dias contados no Morumbi’.

Depois, destrinchava o bê-á-bá: ‘A Polícia Militar decidiu proibir o uso das máscaras do Jason no estádio. Foi proibida, inclusive, a venda nos arredores do Morumbi. A PM justificou dizendo que a máscara pode ser usada para dificultar a identificação de torcedores que venham a praticar algum ato ilícito nos jogos.’

De volta à realidade, à Libertadores da América, à Vila Belmiro. Um dos patrocinadores do garoto Neymar distribuiu nada mais nada menos que 11 mil máscaras para a torcida do Santos. E a polícia fez vista grossa, adotou a ‘socrática’ saída popular um peso e duas medidas.

Menos o juiz uruguaio Roberto Silvera, que expulsou Neymar após o terceiro gol santista contra o Colo Colo. Um gol de placa que acabou se perdendo em meio à noite dos mascarados.

A alegoria que provocou o cartão vermelho ao moleque é parte de uma nova ação de marketing da Nextel. Atrás da máscara, uma pequena lembrancinha: ‘Vem aí um novo campeonato que vai mexer com você. Aguarde!’

Até lá, o técnico ‘Muriçoca’ Ramalho vai ter de quebrar a cabeça para escalar o time sem sua principal estrela, o ‘mascarado’ Neymar, no decisivo jogo contra o Cerro Porteño, no Paraguai.
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Pega na mentira. A queda de braço entre São Paulo e Globo é mesmo para valer. Tanto que o Tricolor simplesmente desapareceu da telinha. Nas últimas duas semanas, a plim-plim limitou-se a transmitir somente 360 minutos de bola rolando da equipe são-paulina, ou quatro jogos - Paulista e Corinthians, pelo Paulistinha, e os dois contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil. O segundo duelo com os pernambucanos rendeu 22 pontos no ibope global, dois a mais que o primeiro, em Recife. A Band cravou sete com a partida em Barueri. O jogo de cena certamente continuará até ‘Juvenal Antena’ confirmar o que se diz por aí e pelo mundo: por R$ 80 milhões/ano, bye bye Clube dos 13.

Sugismundo Freud (pedindo licença ao Barão de Itararé). Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

Pica-Pau. O ambiente no Beira-Rio lembra um belo banho de ofurô. Além do bem-amado Celso ‘Burroth’, também os jogadores entraram na mira dos confetes da torcida. Alguns atletas, por exemplo, estão sendo qualificados como funcionários estáveis, que só marcam ponto em campo, sem nenhuma produtividade. Outros são cantados em prosa e verso como botinudos por excelência. Traduzindo: a galera colorada exige uma vassourada.

Twitter. Tragédia em Realengo: não se pode misturar alhos com bugalhos, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa – Copa e Olimpíada.

Aritmética. Torcida do Fluminense dorme feliz: as chances de classificação na Libertadores chegam a 8%, de acordo com o matemático Tristão Garcia, o mesmo que profetizou em números (98%) a queda do time para a segunda divisão do Brasileirão em 2009. A esperança é a última que morre. Mas só um milagre para o raio cair duas vezes no mesmo lugar.

Facebook. Um dos muros do CT Rei Pelé amanheceu pichado com palavras de apoio ao novo treinador: ‘Fora Muricy’. Só pode ser coisa de tricolor carioca.

Bulimia. O Olaria pode até ser barrado do baile das semifinais da Taça Rio, no Carioquinha. Mas certamente os jogadores não ficarão de cabeça tão quente como tempos atrás. O time já chegou a usar colete em partida oficial por falta de uniforme, treinou com camisa e calção do Vasco e ouviu preleção comendo coxinha e tomando refrigerante para matar a fome.

Gilete press. Do blogueiro José Cruz, no ‘Uol’: “Terminou um dos mais nebulosos e suspeitos processos do Pan de 2007, que tratava do contrato entre o Ministério do Esporte e a Atos Origin Serviços de Tecnologia da Informação do Brasil Ltda, de espetaculares R$ 140 milhões. Mas, com o aval do soberano Tribunal de Contas da União, está tudo legal, apesar das ilegalidades constatadas. O processo foi arquivado e não se fala mais nisso.” Acordo Brasil!

Tititi d’Aline. O homem-peixe César Cielo decidiu mergulhar na literatura. Ele pretende lançar um livro infantil contando algumas peripécias de sua vitoriosa carreira. Também deseja criar um personagem como Pelezinho e Senninha.

Você sabia que... o soberano Rogério ‘Cem’ perde um a cada quatro pênaltis batidos?

Bola de ouro. Grêmio. Derrubou o Junior Barranquilla e garantiu vaga nas oitavas da Libertadores. Agora, torce pelo sucesso do coirmão Internacional.

Bola de latão. Flamengo. Formado há um mês, o time feminino do urubu está fora do próximo estadual. Por um bom motivo: nenhum representante do clube compareceu à reunião do conselho arbitral do campeonato.

Bola de lixo. Bebeto. O tetracampeão e hoje deputado é um dos frequentadores mais assíduos da Assembleia. Ele deu o cano até na votação de um projeto que havia apresentado – Medalha Tiradentes ao bloco Cacique de Ramos.

Bola sete. “Eu alerto que o que muitas mulheres mais querem hoje em dia é engravidar de um jogador de futebol. Mas tem que passar o trator. Elas querem dar, tem que comer” (do técnico Renato Gaúcho, à revista ESPN – pano rápido).

Dúvida pertinente. ‘Muriçoca’ Ramalho, o cachimbo da paz entre Ganso e a torcida?